Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) informou, em nota, que vai contestar política e juridicamente “a tentativa de criação de um sindicato dos docentes das universidades federais”. A nota refere-se à votação realizada no último sábado (6), na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, em que foi aprovada a criação do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Federal. Por meio do comunicado, a entidade argumenta que “mais de 200 professores que se deslocaram do país inteiro até o local foram impedidos de participar da assembléia”, o que é negado pela CUT. Para o diretor do Andes-SN, Ciro Teixeira Correia, houve obstrução da participação da categoria no processo de votação. A seguir, a íntegra da nota:O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN vai contestar política e juridicamente a tentativa de criação de um sindicato dos docentes das universidades federais, ocorrida no sábado (6), na sede da CUT, em São Paulo, quando mais de 200 professores que se deslocaram do país inteiro até o local foram impedidos de participar da assembléia. Nesta assembléia, professores filiados ao Proifes [Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior] tentaram legitimar a criação de um “sindicato” com apenas 115 votos presenciais e 485 votos por procuração. Além de obstruir a entrada dos professores, os dirigentes da CUT/Proifes também impediram a entrada de jornalistas no local. "Nos quase 30 anos de existência do ANDES-SN, sempre realizamos assembléias de portas abertas à participação de todos, inclusive da imprensa. O procedimento adotado pela CUT/Proifes de obstruir a entrada de docentes e aceitar votos por procuração é ilegal e não foi previsto no edital de convocação, publicado há cerca de um mês. Temos convicção que a maioria dos docentes do Brasil apóia o ANDES-SN como seu legítimo representante", ressaltou o presidente do ANDES-SN, Ciro Teixeira Correia. Às 14h40, vinte minutos antes do início da assembléia, quando uma das portas da sede da CUT foi aberta, os dirigentes da central informaram que dispunham de apenas duas pessoas para fazer o credenciamento dos 216 professores contrários à criação da pretensa entidade sindical. A assembléia começou pontualmente às 15h, quando apenas cinco desses docentes tinham conseguido se credenciar. Após 15 minutos, já havia terminado. Ninguém, além da mesa, fez uso da palavra; ninguém mostrou ou leu o conteúdo das procurações.“É a partir desse tipo de procedimento, a portas fechadas e com apoio governamental, que os docentes hoje identificados com a CUT/Proifes tentam contornar as sucessivas derrotas políticas quando não foram eleitos nos pleitos após 2000 para a diretoria do ANDES-SN. Confiamos que os docentes das instituições de ensino superior saberão responder a essa farsa”, conclui Ciro.