Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A economista Maria da Conceição Tavares disse hoje (10) que vê o Brasil "numa situação muito boa entre os países emergentes" e disse que, nos últimos 20 anos, "é a primeira vez que se está levando a sério no país uma política desenvolvimentista de longo prazo". Ela criticou, no entanto, a questão da reforma agrária que continua sendo o ponto esquecido no País.Para ela, "daqui a pouco tudo vai virar urbano, pois parece que é uma característica do século 21. As metrópoles e megalópoles, em toda parte do mundo estão ficando parecidas, as populações estão mal acomodadas. Todo país tem primeiro e terceiro mundo no seu território", acrescentou. Conceição Tavares disse que "isso é uma tragédia para centenas de milhões de pessoas que, dessa forma, ficam à margem da inclusão social, impossibilitados de se tornarem cidadãos". Na América Latina, destacou a economista, "Brasil, México e Chile foram os primeiros estados desenvolvimentistas. O Brasil está numa situação boa porque não tem crise cambial, tem balanço de pagamentos equilibrado, pois esses dois fatores em desordem arrebentam qualquer país". É a primeira vez, também, segundo ela, em que o Brasil se depara com uma crise internacional de maneira cômoda, em vista da situação interna e por estar com a dívida externa equilibrada. Conceição Tavares proferiu palestra no seminário, que está sendo realizado na Escola de Administração Fazendária (Esaf) por ocasião da passagem dos 200 anos de criação do Ministério da Fazenda.