Lula diz que decisão de não prorrogar CPMF prejudicou Saúde na Escola

08/09/2008 - 7h54

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (8) que o programa Saúde na Escola foi prejudicado pela não-prorrogaçãoda Contribuição Provisória sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF). Segundo ele, a iniciativa – lançada naúltima quinta-feira (4) – deveria ter entrado em vigor emmarço deste ano.“Nãopudemos colocar em prática porque não foi aprovada aCPMF. Agora, estamos fazendo com alguns meses de atraso aquilo quepoderíamos ter feito há meses. Precisamos, primeiro,alocar dinheiro para poder fazer esse programa, mas, de qualquerforma, vamos fazer agora o que tinha que ser feito.”Emseu programa semanal Café com o Presidente, Lulaexplicou que a idéia é começar pormunicípios que já contam com equipes médicas queatendem em casa as famílias e levar os profissionais tambémàs escolas. Localidades que registraram os piores índicesde aproveitamento dos alunos na escola, de acordo com ele, serãoas primeiras. A meta do governo é atender 26 milhões decrianças e jovens do ensino fundamental e do ensino médioaté o fim do programa.“Paraa gente perceber se a criança está no seu tamanhonormal, se está subnutrida, obesa, se tem problema de audição,de visão, na garganta. Se ela tiver problema, vamos duas vezesao ano visitar as escolas. Detectando isso, vamos encaminhar essascrianças para o tratamento adequado. As crianças hoje,às vezes, não aprendem. Você pensa que ela nãoé inteligente mas, às vezes, não estáenxergando direito, ouvindo direito.”Deacordo com Lula, em uma escola no estado de Pernambuco – ondeocorreu o lançamento do programa – 3% dos alunos têmproblema de pressão. Para o presidente, o diagnósticoapresentado é “quase inadmissível”, mas “temos quecuidar agora”.Oobjetivo em 2008 é visitar 600 escolas em todo o país.Além de tratamento médico, Lula lembrou que ainiciativa também vai “educar” os alunos para a prevençãode doenças transmissíveis. Ele dise estar convencido deque a medida representa “um passo extraordinário” para oensino brasileiro.Deacordo com a Presidência da República, serãoinvestidos R$ 844 milhões na implantação doSaúde na Escola. No ano passado, quando os parlamentaresrejeitaram a prorrogação da CPMF, o governo afirmou queo programa não teria condição de sair do papel.