Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governo do estado do Rio de Janeiro classificou de “graves” as intimidações a candidatos à prefeitura da capital fluminense por traficantes armados em favelas, ocorridas ontem (2). “Não é novidade para ninguém que, há mais de duas décadas, na cidade do Rio de Janeiro, há localidades dominadas por criminosos”, diz nota divulgada pelo governo.O comunicado destaca que o governo estadual vem atuando “permanentemente no combate à criminalidade”, com o objetivo de “recuperar à sociedade áreas carentes que estejam sob o domínio de traficantes” e “para livrar comunidades do poder da bandidagem”. O texto diz ainda que os fatos ocorridos ontem mostram que o governo deve "prosseguir no combate sem tréguas à criminalidade e, assim, garantir o direito constitucional de ir e vir dos cidadãos".Os candidatos Alessandro Molon, do PT, Chico Alencar, do P-SOL, e Fernando Gabeira, do PV, foram intimidados por traficantes armados, ao fazerem campanha em favelas da zona norte do Rio. Alencar e Molon sofreram ameaças quando panfletavam e faziam filmagens para suas campanhas na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré.“Traficantes pesadamente armados cruzaram o tempo todo com a nossa caminhada, numa espécie de intimidação, e disseram à nossa equipe para pararem de filmar, sob pena de sofrerem conseqüências se não obedecessem”, relatou Molon ontem.Já Gabeira foi intimidado por motoqueiros, que, em nome dos traficantes, exigiam a entrega da fita com as imagens gravadas, no momento em que dava entrevista a jornalistas na Vila Cruzeiro, comunidade que integra o Complexo do Alemão. Apesar do susto, Gabeira garantiu que vai continuar com a campanha nas comunidades. “É importante mostrar que não há local proibido. É necessário liberar essas comunidades”, disse.Na próxima terça-feira (5), ministros do TribunalSuperior Eleitoral (TSE) se reúnem para discutir a segurança naseleições do Rio de Janeiro. Na semana passada, traficantes da VilaCruzeiro já haviam intimidado jornalistas que acompanhavam o candidato MarceloCrivella (PRB), chegando a obrigar que as fotos tiradas pelas equipes fossem apagadas.