MST suspende bloqueio da Estrada de Ferro Carajás

17/04/2008 - 19h49

Aécio Amado*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O tráfego ferroviário na Estrada deFerro Carajás foi restabelecido na tarde de hoje (17), depoisde ter ficado interrompido desde o começo da manhã,quando cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores RuraisSem Terra (MST) ocuparam parte da ferrovia, na altura do municípiode Parauapebas, no Pará. De acordo com nota divulgadapela Companhia Vale do Rio Doce, responsável pela Estrada deFerro Carajás, os manifestantes ainda continuam acampados nasproximidades da ferrovia, mas o tráfego já foirestabelecido. O bloqueio da ferrovia pelo MST,com a interrupção do tráfego de trens, ocorreupor volta das 7h35. Ainda de manhã, a Vale entrou com umpedido de reintegração de posse na JustiçaFederal de Marabá, tendo sido acatado. Segundo a polícia, durante a ocupaçãonão foi registrado qualquer tipo de conflito. De acordo com a Secretaria de Segurança do Pará, não houve registro de pessoas feridas, mas dois manifestantes foram presos em flagrante por crime de desobediência e interdição de ferrovia com colocação de obstáculo.Nelton Paulino de Souza, do Movimento dos Trabalhadores Garimpeiros de Serra Pelada (MTM), e Altamiro Borba, não ligado a nenhum movimento, prestaram depoimento à Polícia Federal no Comando da Polícia Militar em Parauapebas e serão encaminhados para prisão na delegacia da Polícia Civil na cidade. A pena prevista é de 2 a 5 anos de detenção.Quinhentos homens da Polícia Militar e 102 agentes da Polícia Civil do Pará participaram da ação. O delegado Wilson Ramos, um dos responsáveis pela ação Polícia Federal, não quis informar o número de homens da corporação envolvidos na operação. A reportagem tentou falar com dirigentes da Vale em Belém e na sede da empresa no Rio de Janeiro, mas foi informada que a companhia só se pronunciaria por meio de nota. A ocupação da estrada de ferro foiuma das ações do chamado Abril Vermelho com o objetivode lembrar os 12 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, noPará, em que 19 trabalhadores rurais foram mortos pela PolíciaMilitar do estado. O MST organizou manifestações emtodo o país.