Ministro diz ser favorável ao monitoramento eletrônico de presos

17/04/2008 - 13h40

Hugo Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O uso de equipamentoseletrônicos para monitorar presos tem o apoio do ministro daSecretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Ogovernador de São Paulo, José Serra, sancionou noinício da semana lei que prevê o uso de mecanismos comchips para acompanhar presos em regime semi-aberto.“Eu defendo amedida”, afirmou o ministro. “A idéia de uma pulseira nopé pode lembrar a imagem de uma algema ou de um grilhãoque os escravos usavam. Agora vamos examinar isso de um ponto devista mais real. Nós queremos construir uma sociedade onde nãohaja mais isso. Mas no atual momento vale a pena recorrer a essesmétodos ou não?”, questionou hoje (17) duranteentrevista a emissoras de rádio, no estúdio daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC).Para Vannuchi, o uso depulseiras beneficiará detentos em regime semi-aberto, que poderão comprovar inocência em caso de suspeita de terem cometido eventuais crimes quando estiverem fora dos presídios. O ministro comparou aadoção do sistema com a implementação dalei que restringe a venda de bebidas alcoólicas no municípiopaulista de Diadema.“Os índice deviolência despencaram em Diadema tendo um dos melhoresdesempenhos do Brasil. Acho que os bares não deveriam fecharàs 11 da noite. Em tese, eles nem deveriam ter portas paraassegurar a liberdade das pessoas. Mas aceito a lei seca, porque nomomento a criminalidade atingiu tais patamares que a lei seca éjustificada até que a violência despenque para índicesresiduais”.Outro ponto abordadopelo ministro foi a ampliação do sistema carcerário.A construção de novas penitenciárias, segundoele, não será suficiente para diminuir os índicesde violência.“Se nós formosseguir simplesmente na idéia de que é preciso construirmais presídios, o tempo da construção nuncaacompanhará o crescimento da criminalidade dos atuaisíndices”, ponderou.Vannuchi comentou aindao massacre de trabalhadores rurais ocorrido há exatos 12 anos emEldorado dos Carajás, no Pará. O ministro cobroupunição aos envolvidos no assassinato de 19agricultores.