Vannuchi diz que Brasil não deve apoiar boicote às Olimpíadas de Pequim

09/04/2008 - 16h53

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro daSecretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeuhoje (9) que o Brasil não deve boicotar os Jogos Olímpicosde Pequim, na China. Segundo ele, os jogos devem ser vistos como ummomento de confraternização, capaz até mesmo desuspender guerras.“A nossa óticanão é uma ótica que veja sentido na idéiade fazer boicote às olimpíadas, porque ela éexatamente uma grande festa mundial para mostrar: países domundo, entendam que os conflitos podem ser solucionados por meio dediálogo e não pela guerra, pela morte”, disse.No dia 22 de março,o presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Pöttering,defendeu “medidas de boicote” aos Jogos Olímpicos dePequim caso a China continue a recusar o diálogo com DalaiLama, líder espiritual do Tibete - província comgoverno autônomo controlado pela China.Ao comentar os recentesconflitos pela independência do Tibete, entre a populaçãoe forças de segurança chinesas, o ministro afirmou queo Brasil sempre se preocupa e condena qualquer situaçãode violência e repressão, mas ponderou que àsvezes fazer a condenação ao invés ajudar superaro problema contribui para seu acirramento. Segundo ele, no entantoesse posicionamento foge a postura mundial e regional assumida peloBrasil de atuar como moderador e intermediador. “O Brasil nãovai fazer uma condenação enfática, mesmo quandodiscorda, porque ele prefere o entendimento diplomático”.Os conflitos no Tibetecomeçaram no dia 14 de março, por ocasião doaniversário da revolta tibetana de 1959 contra a presençachinesa na província. O Tibete era um país independenteaté 1951, quando foi ocupado pela China. O ministro Vannuchi deuas declarações no lançamento da CampanhaBrasileira dos 60 anos da Declaração Universal dosDireitos Humanos.