Inflação medida pelo IPC-S acelera em seis das sete capitais pesquisadas pela FGV

09/04/2008 - 11h02

Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indicou alta de inflação em seis das sete capitais pesquisadas. Segundo os dados divulgados hoje (9), o índice mais elevado foi verificado em Porto Alegre (1,12% contra 0,88% na última apuração). A média para as sete capitais ficou em 0,64%, contra 0,45% do levantamento anterior.Segundo o economista da FGV André Braz, o resultado da capital gaúcha foi influenciado pela aceleração nos preços dos alimentos, que também pressionou a inflação em todo o país, associada ao reajuste de algumas tarifas, como a de energia elétrica. "Tanto os alimentos in natura quanto os processados em todas as regiões pesquisadas provocam aceleração da inflação, e vêm impulsionando as taxas do IPC-S a cada semana", afirmou, ao acrescentar que a pressão exercida por esses produtos deve continuar na próxima apuração."Já existe uma indicação de que a soja no mercado internacional comece a desacelerar, o que pode abrir espaço para aumentos menores em seus derivados, principalmente o óleo de soja. No caso do trigo, no entanto, a situação é indefinida, então seus derivados, como pão francês, macarrão e biscoito, devem continuar tendo aceleração nos preços", completou.O economista destacou que, embora a alta dos preços em São Paulo, capital com o maior peso na formação do indicador, tenha ficado abaixo da média nacional, o índice também apresentou variação considerável, passando de 0,33% para 0,43%. A principal influência também veio do grupo alimentação.O levantamento da FGV apurou alta ainda no índice no Rio de Janeiro (0,55% para 0,92%), em Belo Horizonte (0,56% para 0,72%), em Brasília (0,00% para 0,37%) e em Salvador (0,32% para 0,67%). A única capital que apresentou desaceleração foi Recife (0,51% para 0,37%).O IPC-S refere-se às últimas quatro semanas (entre 8 de março e 7 de abril). A medição anterior era relativa aos preços coletados entre 8 de fevereiro e 7 de março. O IPC-S de 7 de abril foi o maior resultado desde a primeira semana de fevereiro de 2008, quando o índice registrou variação de 0,82%. Cinco das sete classes de despesa que compõem o índice registraram acréscimos em suas taxas de variação. O principal destaque foi o grupo alimentação, que registrou aumento de 0,59 ponto percentual, passando de 0,62% para 1,21%. As principais contribuições para este movimento partiram dos itens hortaliças e legumes (3,18% para 6,23%), frutas (0,78% para 3,23%), panificados e biscoitos (1,87% para 2,86%), laticínios (0,75% para 1,10%) e carnes suínas (0,34% para 1,13%). Os gastos com vestuário passaram de -0,29% para -0,01%; transportes, de 0,35% para 0,49%; saúde e cuidados pessoais, de 0,34% para 0,38%; habitação, de 0,47% para 0,49%. Por outro lado, houve recuo nas taxas de educação, leitura e recreação (0,55% para 0,49%) e despesas diversas (0,29% para 0,23). As principais influências partiram dos itens passagens aéreas (8,83% para 4,75%) e cervejas (1,55% para 0,67%), respectivamente.