Brasil, Argentina e Colômbia formam grupo de amigos da Bolívia

03/04/2008 - 21h26

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil,Argentina e Colômbia vão intermediar o diálogo dogoverno boliviano com a oposição.O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, segueamanhã (4) para a Bolívia, onde já estão ochanceler argentino, Jorge Taiana, e o vice-chanceler colombiano,Camilo Reyes. A iniciativa, que informalmente vem sendo chamada de Grupo de Amigos da Bolívia, atende a pedido do presidente boliviano, Evo Morales.Moralesenfrenta resistência de diversos setores à novaConstituição, que será levada areferendo no dia 4 de maio. A oposição está concentrada principalmente entre empresários e governadores dos estados mais ricos, como Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija. Santa Cruz pretende, inclusive, fazer uma consultapopular sobre sua autonomia na mesma data. Autonomia que já foi declarada unilateralmente.Segundoa agência argentina de notícias Telam, Taiana, Reyes e oembaixador do Brasil na Bolívia, FedericoCezar de Araújo, reuniram-se hoje (3) com Evo Morales.Também tiveram encontros com o presidente do Senado, OscarOrtiz, e com o presidente da comissão de RelaçõesExteriores da Casa, Tito Hoz de Vila – ambos da oposição.Os dois estiveram em Brasília na semana passada, conversandocom lideranças partidárias no Senado, e manifestarampreocupação quanto à crise institucionalboliviana.“Viemos, sobretudo, escutar e ver em que medida podemos contribuirpara o fortalecimento do diálogo”, disse o chancelerargentino em coletiva de imprensa no Congresso Nacional boliviano.“Todos os que estamos aqui somos amigos da Bolívia ecertamente estamos interessados no fortalecimento da democracia e napermanência das autoridades legitimamente eleitas”,completou.Natarde de hoje, os diplomatas foram a Cochabamba e Santa Cruz, para encontros com liderançasregionais.O governo brasileiro participou de umgrupo de amigos durante a transição entre os governosFHC e Lula, para ajudar o governo da Venezuela, que enfrentava grevena PDVSA, a estatal de petróleo. Na época, o Brasilenviou um petroleiro para o país vizinho.