Termina amanhã operação para combater garimpo irregular no Amazonas

03/04/2008 - 14h08

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A operação conjunta entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Exército Brasileiro para desocupação de uma área do Rio Puruí, afluente do Rio Japurá, no Amazonas, termina amanhã (4). Garimpeiros atuavam irregularmente com dragas e máquinas fixas no local, que fica na região de fronteira com a Colômbia. Batizada de Turuê, a operação teve início no dia 18 de março com o objetivo de interromper o processo de degradação ambiental na área. De acordo com o chefe do Setor de Fiscalização do Ibama no Amazonas, Adílson Cordeiro, a atuação dos garimpeiros na região pode ter começado há pelo menos dez anos. Estima-se que o local escolhido para atuação desse garimpo tenha cerca de 2 milhões de hectares."Em outras duas outras oportunidades, uma delas em 2006, tentamos promover a desintrusão desses garimpeiros. Infelizmente, sem êxito, possivelmente por falta de informação e de conhecimento logístico da área. Ainda assim, insistimos nessa idéia porque o garimpo é uma das atividades mais degradadoras do ponto de vista ambiental. Trata-se de uma área enorme e de difícil acesso. Não há cidades ou comunidades lá perto. Para chegar a Tefé, uma das cidades mais próximas, se leva quatro dias de barco", conta Cordeiro.De acordo com o representante do Ibama no Amazonas, o garimpo estava "encostado" na fronteira com a Colômbia e há, inclusive, a suspeita de que os garimpeiros tivessem algum tipo de ligação com as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e por isso recebiam do grupo de guerra suprimentos, alimentos e combustíveis.Segundo Cordeiro, para impedir a fuga dos envolvidos, os cerca de 120 homens designados pelo Ibama e pelo Exército para a Operação Turuê planejaram uma ação estratégica, que foi o fechamento da fronteira do Brasil com a Colômbia, no último dia 20. Ele ressaltou que a medida foi adotada para evitar que as Farc resgatassem os garimpeiros, como já havia ocorrido em 2006."Desta vez nós planejamos um ataque de forma diferenciada, que foi fechar a parte superior da fronteira com a Colômbia, o que acabou se mostrando muito eficaz, uma vez que conseguimos apreender todas as dragas e todas as pessoas envolvidas no garimpo, em centenas de quilômetros. Também apreendemos as oito dragas que trabalhavam no local desde 1994, além de desmontarmos dois garimpos de terra firme instalados em áreas de preservação permanente."A Superintendência do Ibama no Amazonas informou que todo o material apreendido, assim  como os líderes do garimpo, serão levados amanhã ao município de Tefé, onde devem ser apresentados ao Exército e à Polícia Federal. A chegada da equipe, dos materiais apreendidos e dos cerca de 12 envolvidos está prevista para ocorrer pela manhã.Foram apreendidas nove dragas e 17 embarcações (duas regionais e 15 de menor porte), além de máquinas fotográficas e telefones celulares. Para a operação, o Exército utilizou duas embarcações de grande porte, cinco helicópteros e sete lanchas pequenas. Mais de R$ 98 milhões em multas foram aplicadas.