Obra marca volta da Petrobras ao setor petroquímico

31/03/2008 - 6h48

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O início das obras deterraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro marca hoje (31) o retorno da estatal  ao setor petroquímico e vai, naavaliação da Petrobras, transformar o perfil socioeconômico de sua região deinfluência - que abrange 14 municípios. A solenidade terá a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e José Sergio Gabrielli, daPetrobras. 

Previsto para entrar em operaçãoem 2012, com capacidade para processar 150 mil barris diários de petróleopesado de Marlim, no norte fluminense, o empreendimento vai gerar uma economia para o país de maisde US$ 2 bilhões/ano em divisas, por meio da redução da importação de produtospetroquímicos e de derivados, principalmente a nafta – produto de que o paíshoje é altamente dependente do mercado externo.

Embora não tenha ainda a suaestrutura societária definida, a fase de planejamento do negócio e de projetoconceitual contou com uma parceria entre a Petrobras e o Grupo Ultra, e a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Atualmente, já em fase deprojeto básico, todas as etapas estão sendo conduzidas pela Petrobras, até queseja estabelecida sua estrutura societária, que poderá contar,inclusive, com a presença de empresas estrangeiras, como admite o própriopresidente da Petroquisa, José Lima Neto.Em entrevista recente, Lima Neto admitiu ointeresse de pelo menos três grupos estrangeiros, que já procuraram a Petrobrasinteressados em participar da composição acionária do Comperj, um projeto queenvolve investimentos de US$ 8,4 bilhões.Segundo Lima Neto a participação dos sóciosestrangeiros poderia implicar contrapartida em produtos nos primeiros anosde funcionamento do pólo.“É evidente que o Comperj terá excedente deprodução em um primeiro momento, e é neste excedente que os grupos estrangeirosestão interessados. Eles poderiam fornecer tecnologia e, em troca, comprar parteda produção inicial do Comperj”, explicou na ocasião. Embora Lima Neto tenha esclarecido que não háqualquer impedimento na lei sobre a participação de sócios estrangeiros noprojeto, a intenção inicial da Petrobras é, segundoele, fortalecer e dar prioridade aos grupos nacionais.“Evidentemente que queremos fortalecer osgrupos nacionais e estamos negociando neste sentido. Mas, por enquanto, estamosainda na fase de estudos e não há previsão sobre a definição da composiçãoacionária do projeto. Há o Grupo Ultra, nosso parceiro de primeiro momento,assim como o BNDES, que também tem interesse em participar do projeto. Mas, repito, estamos aindaem início de conversa”, informou.