Produtores rurais discutem dívida com parlamentares

25/03/2008 - 15h44

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao longo de todo o dia de hoje (25),cerca de 800 produtores rurais e representantes do setoragropecuário de todo o país estarão reunidos com parlamentares no Congresso Nacional para debater a dívidaagrícola. Entre os apelos dos produtores estão o prazomaior para o pagamento e a redução dosjuros. O deputado HomeroPereira (PR-MT) disse que a mobilização tem oobjetivo de sensibilizar o governo. A expectativa, segundo ele, é que ogoverno apresente “uma medida estruturante para sanear de vez aquestão do endividamento na agricultura brasileira”. Parao deputado, os agricultores têm pago pelas conseqüênciasdos vários planos econômicos brasileiros. “Todos os que vieram tentar solucionar o problema inflacionário debitaram alguma coisa no setor produtivo. Houve, claramente, uma transferência de renda do setor produtivo para o setor financeiro. É só analisaros balanços dos bancos para ver onde foi parar esseendividamento da agricultura."Ele disse ainda esperar "que hajaesse tipo de correção, que haja uma recomposiçãoda renda do setor e que se estabeleça um prazo mínimopara se tentar, recompondo a renda, pagar essa conta”.O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuáriade Mato Grosso do Sul (Femasul), Eduardo Correa Riede, defendeu a necessidade de implantação de um seguro agrícola que amenize ascausas da dívida. E explicou que dois fatores levam à inadimplência: "a queda deprodução, por questões climáticas, desanidade e outros, e o aviltamento de preços, por questõescambiais macroeconômicas". Uma proposta derenegociação da dívida agrícola seráapresentada em reunião marcada para as 18h30, no Ministério da Fazenda,entre os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, da Fazenda,Guido Mantega, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.Parlamentares da Comissão de Agricultura da Câmara dosDeputados também participarão. A dívida dos agricultores é de R$ 87 bilhões, dos quais R$ 73 bilhões são do setor empresarial e R$ 14 bilhões, da agricultura familiar, segundo o Ministério da Fazenda.