Procurador defende suspensão dos cartões corporativos

18/03/2008 - 10h16

Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O procurador do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, defendeu a suspensão dos cartões corporativos até que o sistema de controle de gastos seja aprimorado e o uso irregular seja punido. Ele está sendo ouvido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos.Marsico foi autor, em 2004, de uma liminar pedindo a suspensão provisória dos cartões corporativos. Essa liminar ainda está em análise pelo Ministério Público. "Pedi a suspensão em caráter gerencial para verificar a sistemática", explicou.O procurador disse que verificou despesas irregulares em cartões da Presidência da República, como gastos com deslocamento. Houve ainda, segundo ele, uso fracionado de despesas. "Em vez de fazer licitação, havia a compra picada. Posteriormente verificou-se que essas notas de pequenas compras não eram idôneas, eram frias", afirmou. "Na realidade, uma boa parte desses gastos eram fracionados, era uma espécie de fuga de licitação. Não que isso não ocorresse nas contas tipo B, mas não foi corrigido nos cartões corporativos".Ele acrescentou que essa auditoria foi feita com base em dados enviados pela própria Presidência. "Na época os documentos não eram sigilosos, foram fornecidos pela Presidência da República e mostravam impropriedade no uso do cartão", acrescentou.E criticou o sigilo dos gastos com cartão corporativo. Segundo ele, o cartão é um meio eletrônico de pagamento facilmente identificável. "A administradora do cartão tem acesso. Não vejo o cartão como meio idôneo para se realizar gastos sigilosos", comentou. "O cartão se torna uma maneira muito mais fácil de gastar. Sendo mais fácil de gastar, o controle tem de ser mais rígido", completou.