Setor elétrico não será reestatizado, diz ministro

10/03/2008 - 20h56

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A possibilidade de queo governo venha a reestatizar o setor elétrico foi totalmentedescartada hoje (10) pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,em seu discurso na solenidade de posse de José Antonio Munizna presidência da Eletrobrás. “Quero garantir que nãoé esta a intenção do governo brasileiro [dereestatizar o sistema elétrico]. Se queremos fortalecer aEletrobrás, e queremos, é para garantir o fornecimentode energia elétrica ao país e viabilizar a continuidadedo crescimento econômico. É para estabilizar os custos,as tarifas, para modular o sistema”, disse.Lobão afirmouainda que a Eletrobrás e suas empresas controladas vãoparticipar, a partir de agora, de todas as licitaçõesdo setor elétrico a serem realizadas no país. “AEletrobrás vai participar, através de suas empresascontroladas, de todos os leilões de energia a serem realizadosno país. Isto já implicará na reduçãono custo da energia ofertada nos leilões pelas empresasparticipantes”, garantiu. O ministro também descartou qualquerpossibilidade de que a Eletrobrás venha a comprar empresasprivadas já estabelecidas no mercado de energia. “Nósnão vamos comprar nenhuma empresa que já se encontra nomercado. Somente faremos investiremos em energia nova e, ainda assim,na maioria dos casos, em associação com as empresasprivadas”, disse Lobão, que afastou a possibilidade de que ogrupo, por meio de Furnas Centrais Elétricas, venha aparticipar do leilão da Companhia Energética de SãoPaulo (Cesp). Mais uma vez, ele rechaçou a possibilidadede que o país venha a sofrer um novo apagão. “Nãohá a menor possibilidade de apagão. Nem neste ano, nemno seguinte e tão pouco nos próximos anos. Nósestamos muito atentos a tudo isto. O ideal seria que nóstivéssemos 50% mais de energia, mas quanto isto custaria? Asnossas empresas estão fornecendo energia suficiente aocrescimento nacional. E o Comitê de Monitoramento estásempre atento às necessidades brasileiras”, afirmou.Lobão disse que o país tem, hoje,capacidade instalada de cerca de 100 mil megawatts e que, em 20 anos,a capacidade instalada saltará para 190 mil megawatts. Segundoele, o Brasil produzirá ainda mais energia a partir da fontenuclear. “Vamos caminhar firmemente para a energia nuclear. Setemos hoje apenas dois mil megawatts de capacidade instalada, em dezanos teremos oito mil megawatts e em 50 anos teremos 60 mil megawattsde capacidade. Temos que ter energias alternativas”, justificou.