Governo do Rio e BNDES discutem estudo sobre trem-bala com consórcio

04/03/2008 - 19h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governo do Rio de Janeiro realizaram hoje (4) a primeira reunião formal com o consórcio responsável pela elaboração do estudo de viabilidade do trem de alta velocidade (TAV), conhecido como trem-bala, que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo. O levantamento definirá a tarifa e o potencial de passageiros da linha.O consórcio venceu, em janeiro, a licitação internacional realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele é integrado pela empresa Halcrow Group, da Inglaterra, e pelas companhias brasileiras Balman Consultores Associados e Sinergia Estudos e Projetos.O secretário estadual de Transportes do Rio, Júlio Lopes, disse que a reunião foi promissora, na medida em que aproximou o governo dos técnicos que trabalham no projeto e que vão definir a chegada do trem-bala à cidade do Rio de Janeiro. Reunião semelhante será realizada na próxima semana com o secretário de Transportes Metropolitanos do estado de São Paulo, José Luiz Portella. Na oportunidade, deverão ser discutidos os interesses maiores do governo paulista e as áreas prioritárias no projeto.“Acho que essa primeira reunião de trabalho foi boa. E eu tenho a impressão de que o projeto do TAV está avançando bastante bem”, afirmou Lopes. De acordo com ele, até dezembro deste ano deverão estar concluídos os editais para a licitação de concessão do primeiro trem-bala brasileiro: “Tudo está sendo construído nessa direção. Eu estou bastante otimista com relação a isso e os técnicos e engenheiros também”.O estudo de viabilidade vai abordar os aspectos ferroviários, com a estimativa do potencial de demanda, além das questões tarifárias. A meta, conforme avaliou o chefe da Consultoria de Desenvolvimento de Projetos do BNDES, Henrique Pinto, é concluir a parte de estudos em 2008, para realização da licitação no início de 2009.Os investimentos necessários à implantação do trem de alta velocidade oscilam entre US$ 11 bilhões e US$ 15 bilhões, informou Lopes. Ele explicou que não há um dado preciso em termos de valor, porque ainda não foi definido todo o trajeto. Por isso, os custos podem variar. Em ordem de grandeza, porém, ele afirmou que esses são aproximadamente os valores pagos internacionalmente para construção desse mesmo tipo de obra.Lopes enfatizou que o projeto do trem-bala demandará estudos ambientais. “Sem ter o estudo ambiental, nada pode ser feito. O estudo de viabilidade técnico-econômica não vai chegar a pormenores da questão ambiental porque não é esse o escopo do trabalho no momento. Mas já vai contemplar algumas observações ambientais que são importantes para o projeto básico”. Lopes revelou que o aspecto ambiental será tratado mais profundamente na área do projeto executivo, depois da licitação.O projeto terá acompanhamento mensal. O secretário de Transportes do estado do Rio de Janeiro estima que deverão ser realizados encontros a cada cinco ou seis semanas. A periodicidade vai variar por causa dos relatórios que as equipes de trabalho apresentarão sobre o desenvolvimento do projeto.