Pesquisadores "caçam" raios no céu de Belém

23/01/2008 - 19h55

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Uma missão inédita na Amazônia colocou hoje (23) mais de 30 pesquisadores para "caçar" raios no céu de Belém (PA). Trata-se do primeiro experimento de raios induzidos na Amazônia e o trabalho deverá durar 30 dias. O projeto científico é realizado por 11 instituições nacionais,incluindo as universidades federais do Pará (UFPA) e de Minas Gerais(UFMG), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o InstitutoNacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Sistema de Proteção daAmazônia (Sipam), o Comando da Aeronáutica, o governo do Pará e aestatal Eletronorte. Os resultados do trabalho dos pesquisadores contribuirão para o estudo das mudançasclimáticas, a melhoria das condições de segurança das linhas detransmissão telefônica e de eletricidade, e ainda para oaperfeiçoamento dos avisos de tempestades e de descargas elétricas paraa Defesa Civil na Amazônia. Uma das coordenadoras do projeto, Brígida Rocha, da UFPA, explicou que a Amazônia concentra um alto índice de raiose que o período escolhido tem a ver com a incidência das chuvas naregião, maior nesta época do ano. "Estamos no período daschuvas, que traz uma probabiidade maior de incidência de raios.Isso facilita nosso trabalho, apesar dos inconvenientes de se trabalharsob a chuva", disse. Os cientistas usarão foguetes que serãolançados em direção às nuvens e funcionarão como se fossem pára-raios.Cada foguete ajudará a captar, de forma controlada, asdescargas atmosféricas que posteriormente serão analisadas pelospesquisadores."O experimento vai beneficiar toda a população, uma vez que,melhorando a proteção, o sistema de distribuição e de transmissão dossistemas elétricos e telefônicos, automaticamente se melhorar aqualidade da energia, com redução das horas de interrupção, por exemplo", informou a coordenadora. Brígida Rocha destacou ainda que a pesquisa "vai garantirmais segurança para os trabalhadores expostos às tempestades na hora de fazerem manutenção em redes, em antenas etorres".