Depoimento de ex-diretora da Anac é adiado pela terceira vez

14/01/2008 - 15h30

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Convocada a depor hoje (14), a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, não compareceu ao 27º Distrito Policial de São Paulo. Essa foi a terceira data agendada pela Polícia Civil de São Paulo desde dezembro. O inquérito, que já soma 27 volumes de documentos, investiga as causas do acidente com o Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que matou 199 pessoas em julho de 2007.O depoimento estava agendado para as 14h. Segundo a Polícia Civil, por volta das 11h, o advogado de Denise, Roberto Podval, pediu que a oitiva fosse remarcada para ser feita em Brasília, onde a ex-diretora, segundo ele, reside. A solicitação foi aceita e a data para o depoimento terá de ser agendada em conjunto pela Polinter em São Paulo e no Distrito Federal.De acordo com a Polícia Civil, o depoimento de Denise foi agendado pela primeira vez para 3 de dezembro. Diante da demora da Anac em fornecer o endereço da ex-diretora, a polícia teria contatado parentes de Denise, em São Paulo, informando-os da intimação.Alegando não ter sido informado da primeira convocação a tempo de estudar o inquérito, o advogado de Denise pediu que o depoimento fosse adiado pela primeira vez. Foi agendada uma segunda data, 21 de dezembro. No dia, porém, Podval apresentou novo pedido de adiamento, desta vez alegando problemas de saúde.Segundo a assessoria de imprensa de Denise, a ex-diretora não tem problema em prestar depoimento. O advogado dela comentou que quanto antes ela for ouvida e o inquérito chegar ao fim, melhor para sua cliente. Ele disse que a falta do depoimento da ex-diretora da Anac não atrapalha o andamento do inquérito, já que outras pessoas serão ouvidas e ainda faltam laudos técnicos.A assessoria de Denise atribuiu o primeiro adiamento a uma “confusão” no fornecimento do endereço da ex-diretora. Na segunda data, foram apresentados atestados comprovando que Denise passou por uma cirurgia. Após a operação, Denise teria passado alguns dias em São Paulo, na casa de sua mãe, mas logo retornou a Brasília.Em meados de dezembro, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou Denise e o ex-presidente da Anac, Milton Zuanazzi à Justiça. A razão foi a divulgação, na página da agência na internet, de uma norma que estabelecia procedimentos de pouso em pista molhada no Aeroporto de Congonhas. A norma, que não tinha valor por não ter sido aprovada pela diretoria colegiada do órgão, também foi entregue à Justiça para que constasse nos autos de outra ação judicial, na qual o Ministério Público Federal pedia a interdição da pista de Congonhas.