Chávez propõe mesa de paz na Venezuela

11/01/2008 - 17h22

Ana Luiza Zenker*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs ontem (10) instalar em seu país uma mesa de paz na qual possam trabalhar delegados da guerrilha, do governo colombiano e de outras nações do mundo para que, por meio do diálogo, se contribua para a liberação dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “Ainda mais agora, quando a presença de duas mulheres valentes nos dá força para continuar lutando pela paz”, disse. O presidente venezuelano qualificou as declarações do ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, como irracionais, e o chamou de “ministro para a guerra”. Santos afirmou que as relações entre Venezuela e Colômbia “seriam maisfluidas se não dependessem do estado de ânimo do presidente venezuelano”.“Ele tem que ser chamado à reflexão junto com o presidente colombiano, Alvaro Uribe”, sugeriu Chávez. Chávez também advertiu que Uribe continua equivocado se ainda pensa “que pela via militar poderá arrasar acompanhado de fórmulas imperiais”, razão pela qual convidou seu colega colombiano a refletir, “pois a guerra não é a fórmula adequada”. O presidente venezuelano garantiu que existem novas fórmulas para promover a liberação de cativos das Farc.Ontem (10), além das duas ex-reféns libertadas, os integrantes da operação liderada por Chávez também entregaram as provas de vida de outras 16 pessoas que estão em cativeiro. Uma das provas é do capitão Guillermo Solórzano, comandante da Polícia Nacional Colombiana. Em discurso proferido hoje (11), o presidente venezuelano se mostrou disposto a prosseguir colaborando com as negociações pela liberação de mais reféns. No entanto, ele afirmou que para que isso seja possível, é necessário que o governo da Colômbia retire as Farc e o Exército da Liberação Nacional (ELN) da lista das organizações terroristas, e as classifique como forças insurgentes.Em nota publicada pela Agência Bolivariana de Imprensa (ABP), o Estado Maior Central das Farc afirmou que a organização é “uma força beligerante à espera de ser reconhecida pelos governos do mundo; este passo facilitaria o tortuoso caminho do povo da Colômbia em busca da paz. Nossa luta é legítima”.