Tarifas da telefonia móvel devem baixar, avalia associação

24/12/2007 - 8h11

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As tarifas dos serviços das empresas de telefonia celular serão influenciadas pela forte concorrência com a entrada de uma nova tecnologia no mercado. A previsão é do superintendente executivo da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), César Rômulo Silveira Neto. Para ele, os consumidores dos serviços de telefonia serão os grandes beneficiados do leilão, realizado na última semana pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com a diminuição das tarifas pagas. O leilão disponibilizou quatro bandas de frequência de telefonia móvel que serão operadas pela tecnologia de terceira geração (3G). Ao mesmo tempo, segundo Silveira Neto, a entrada desses novos serviços deverá permitir grande impulso no uso de recursos de banda larga, como internet de alta velocidade, abreviando a meta do governo de universalizar as telecomunicações no país. Ele julga muito importante a utilização da tecnologia 3G em escolas, hospitais e comunidades mais pobres. O representante da Telebrasil afirma que o fato de as quatro bandas leiloadas para cada região terem sido arrematadas por empresas diferentes é bom para o estabelecimento de concorrência. A média de ágio nos três dias do leilão da Anatel ficou em 87%, mas chegou no primeiro dia a atingir 273%. O edital de licitação do 3G foi elaborado pela Anatel em conjunto com o Ministério das Comunicações, com o objetivo de oferecer serviços de banda larga de última geração aos 5.564 municípios do país. Ainda estão sem serviço de telefonia celular 1.836 municípios, onde há muitas cidades com menos de 30 mil habitantes e que também serão contempladas. Os aparelhos de telefonia celular vão funcionar como um mini-computador, com convergência tecnológica e serviços de dados e voz. O superintendente de Serviços Privados da Anatel, Jarbas José Valente, disse em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM, que o leilão realizado na última semana envolve dois projetos importantes do governo: a inclusão social e digital. Ele lembra que quase 17,5 milhões de pessoas estão excluídas de comunicação no país. De acordo com Valente, no Amazonas ainda há 36 municípios que não têm cobertura de telefonia celular; em Roraima, 11; no Amapá ,10; na Bahia, 47; na Paraíba, 168; no Piauí, 181; no Maranhão, 126; no Paraná, 153 e no Rio Grande do Sul,124. O superintendente da Anatel prevê que, com a implantação da tecnologia 3G, cessarão os problemas de "celulares fora de área". Com a nova tecnologia, a comunicação ocorrerá como num processo de vídeo-conferência, em que o usuário vê e pode ser visto pela pessoa com quem está falando, sem pagar nada a mais por isso. "É um recurso inerente à tecnologia 3G", garante o superintendente da Anatel. Ele destaca que, para um país de dimensões continentais como o Brasil "teremos um encurtamento de distâncias, porque as pessoas poderão se sentir mais próximas umas das outras".Para Valente, as empresas deverão começar a prestar os serviços mais rápido do que prevê a obrigatoriedade contratual, o que pode acontecer dentro de poucos meses. Segundo o superintendente, do ponto de vista econômico, o leilão realizado pela Anatel significa que os empresários do setor de telecomunicações acreditam no modelo do setor e também na economia brasileira.As bandas de frequência 3G leiloadas pela Anatel somaram R$ 5,338 bilhões, com ágio médio da ordem de 87%. Esse dinheiro vai todo para o Tesouro Nacional, que concentra a arrecadação do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central). Uma parte dos recursos vai para o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust).