Moradores de favela protestam na Câmara dos Vereadores de São Paulo contra despejo

17/12/2007 - 19h48

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um ato de protesto com a presençade cerca de 200 moradores da Favela Real Parque, na zona sul dacidade de São Paulo, foi realizado hoje na Câmara de Vereadores de São Paulo contra o despejo de 70 famílias queviviam na área, realizado na última terça-feira(11). O terreno onde as famílias moravam, à beirada Marginal Pinheiros, é reivindicado pela EmpresaMetropolitana de Águas e Energia (Emae), que ganhou na Justiçaa ação de reintegração de posse. Segundouma das líderes comunitárias da favela, Karina Santosda Silva, o objetivo imediato dos moradores é conseguir umalojamento provisório para as famílias sem abrigo. Amaioria das famílias que tiveram suas casas derrubadas nãoquis deixar o local.Os moradores também reivindicam ocancelamento imediato da reintegração de posse obtidapela Emae; indenização pelos bens perdidos einvestigação de abusos cometidos na açãopolicial de reintegração. De acordo com a defensorapública Samanta Lopez de Souza, a Emae se comprometeu aapresentar uma proposta até a próxima sexta-feira (21)para apreciação dos moradores. Por enquanto, apenas umaparte dos 17 mil metros quadrados pertencentes a empresa foramreintegrados. Segundo Souza, o local onde se localiza a favelapode ser uma Zona Especial de Interesse Social (Zeis), áreanormalmente utilizada para assentamentos habitacionais de populaçãode baixa renda.“A Emae vai levantar essa documentaçãopara que nessa próxima sexta a gente possa conversar diante detodos esses elementos, se se trata de Zeis ou não e eventuaisacordos”, disse Souza. .