Projeto de lei que cria Universidade Federal da Integração Latino-Americana é assinado

12/12/2007 - 17h38

Carolina Pimentel e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) foi assinado hoje (12) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Educação, Fernando Haddad. A unidade deverá ter sede em Foz do Iguaçu (PR) e os cursos ministrados serão preferencialmente em áreas de interesse mútuo dos países-membros do Mercosul.O ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE) Hélgio Trindade elogiou a iniciativa. "Nunca houve uma instituição especializada exclusivamente na formação conjunta de estudantes brasileiros e dos demais países latino-americanos em temas que vão das ciências às humanidades. Temos de nos integrar pelo conhecimento também", ressaltou.A mensagem que encaminha o projeto de lei ao Congresso Nacional também foi assinada hoje. A criação da universidade precisa ser aprovada pelos parlamentares, mas a expectativa do Ministério da Educação é que a Unila entre em funcionamento em 2009.A meta do ministério é atender 10 mil estudantes em cursos de graduação, mestrado e doutorado. O governo pretende contratar 500 docentes do Brasil e de países latino-americanos, sendo 250 permanentes efetivos e 250 temporários. Quando estiver implementada, a Unila, segundo o ministério, terá orçamento anual de R$ 135,9 milhões.Para o reitor da Universidade do Paraná, Carlos Augusto Moreira, a universidade permitirá a formação de especialistas em América do Sul, o que, segundo ele, é algo raro no Brasil. "Hoje, as universidades têm especialistas para tratar de assuntos europeus, mas não especialistas em assuntos do Mercosul”, afirmou. “Vamos formar uma nova geração de profissionais habilitados e com consciência latino-americana.”Moreira, também se disse satisfeito com Programa Nacional de Assistência Estudantil que passa a vigorar a partir de 2008 e levará a estudantes de educação superior auxílio para moradia, educação, alimentação e transporte, entre outros. O programa está entre as medidas complementares ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), anunciadas hoje por Lula e Haddad."A assistência estudantil é muito importante para diminuir a evasão escolar e permitir que nossos estudantes concluam o curso com qualidade", afirmou Moreira. A previsão é de que sejam investidos no programa R$ 130 milhões anuais.O integrante da coordenação nacional do Movimento dos Sem-Universidade, Sérgio José Custódio, avaliou que "as medidas complementares demonstram, na prática, que a educação superior e a educação como um todo estão dentro do projeto de desenvolvimento do Brasil".As medidas complementares ao PDE, lançado em abril e conhecido como PAC da Educação, somam recursos no valor de R$ 1,5 bilhão.