Industriais brasileiros mostram interesse em estreitar negócios com Cuba

11/12/2007 - 17h41

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Industriais brasileirosmanifestaram hoje (11) ao ministro do Comércio Exterior deCuba, Raul de la Nuez Ramírez, durante encontro na Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),interesse em estreitar as relações comerciais com opaís. Ramírez expôs aos empresários asituação econômica de Cuba, e disse que tambémhá interesse por parte do governo cubano de aumentar asrelações comerciais com o Brasil. Segundo Ramírez,dos países da América Latina a Venezuela ocupa oprimeiro lugar entre os importadores de produtos de cubanos. O Brasilestá em segundo lugar na balança comercial do país.“Cuba é um exportador de combustíveis e a Venezuela éo primeiro comprador de combustíveis de Cuba. Também hácomércio de serviços de Cuba para a Venezuela nosúltimos anos”, disse. O fluxo comercial deCuba com os outros países da América Latina chega a US$12 milhões. Até setembro o crescimento foi de 12%,segundo o ministro. Ramírez disseque seu país pretende modernizar a indústriaaçucareira, mas que o etanol não é um dosmaiores interesses de Cuba, porque o país não produzcana-de-açúcar com a finalidade de uso paracombustível. “Cuba já sepronunciou publicamente por não utilizar alimentos paraprodução de combustíveis. O Brasil tem umasituação diferente, tem grandes áreas de terrapara plantar. Cuba é um país menor do que o Brasil. Lánós produzimos etanol para uso na indústriafarmacêutica e alimentícia”, explicou.Os empresáriosbrasileiros manifestaram descontentamento com relaçãoàs linhas de crédito disponíveis para o comércioentre os dois países. O ministro cubano afirmou que o governoestá estudando as possibilidades para novas linhas definanciamento junto aos países com quem pretende negociar. “Há 50 anosCuba está submetida a um bloqueio por parte dos Estados Unidosque impede o acesso de Cuba ao mercado de capitais. Temos tidosoluções para comprar alimentos no Brasil e estamosestudando e negociando acordos de financiamentos para adquirir bensindustriais”, disse. Ramírez disseainda que o país tem grande disponibilidade e necessidade demodernizar sua frota de veículos leves e pesados - caminhõese ônibus. “Possivelmente somos o único país queainda tem veículos fabricados de 1950 a 1960 andando nas ruas.São pitorescos, mas obsoletos. Precisamos de caminhõese ônibus, porque os nossos utilizam gasolina como combustívele consomem muito”. Ele disse que aindústria automobilística pode participar dessarenovação, mas ressaltou que é essencial quehaja alguma linha de financiamento adequada. O ministro cubanoparticipa amanhã (12), em Brasília, da abertura da 7ªReunião da Comissão Mista de CooperaçãoTécnica Brasil-Cuba. O ministro tambémtem agendado encontros com os ministros da Saúde (JoséGomes Temporão), do Turismo (Marta Suplicy), de Minas eEnergia (Nelson Hubner) e da Fazenda (Guido Mantega).