PAC da Educação será "grande proposta" com 42 pontos de mudanças, diz Lula

13/03/2007 - 19h58

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou hoje (13) sobre a expectativa em torno do Plano de Desenvolvimento da Educação, mais conhecido como PAC da Educação, com lançamento previsto para abril. Segundo Lula, com o plano, o governo vai fazer uma “grande revolução” naárea de educação.“Queremos apresentar uma grande proposta com 42pontos de mudanças, sobretudo na área do ensino fundamental, para verse a gente volta a dar à educação, em especial ao ensino fundamental, aqualidade que já tivemos”, afirmou o presidente, ao inspecionar, em São Bernardo do Campo (SP), a montagem e testes doterceiro satélite do Programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, oCBERS-2B.Para Lula, a discussão em tornodo PAC da Educação não será um mérito do governo, e sim de toda asociedade. “Vamos envolver a sociedade para que a gente forme umacumplicidade nacional para uma nova metodologia de ensino nesse país.”O PAC da Educação foi apresentado ao presidente na semana passada. De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o plano tem medidas que abrangem desde a alfabetização de jovens eadultos até a educação superior, mas a ênfase estará na educação básica,que inclui os ensinos fundamental e médio.Seriamnecessários R$ 8 bilhões para implementar todas as propostas, ou seja,aproximadamente 0,5% doProduto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas nopaís. Ainda em São Bernardo do Campo (SP), o presidente Lula disse que e o Brasil poderia estar entre as “grandes nações do mundo” se tivesse, “nos momentos históricos corretos”, investido em educação, realizado a reforma agrária e feito a distribuição de renda. "Nós não investimos na educação brasileira no tempo certo, fomos o último país sul-americano a termos uma universidade, nós não alfabetizamos o povo brasileiro no tempo certo, não fizemos a reforma agrária no tempo certo, não fizemos a distribuição de renda que outros países fizeram.”O presidente reafirmou ser contrário à diminuição da maioridade penal de 18 para 16 anos pelo fato de os jovens que estão presos hoje serem frutos de modelos econômicos “perversos”. “Eu acho um absurdo quando alguém quer discutir a diminuição da maioridade penal. Ninguém pensa em como discutir a punição daqueles que durante séculos foram responsáveis por essa geração que está deserdada”. Para recuperar os jovens desse país, Lula defendeu ser preciso investir pesado na educação. “Caso contrário, estaremos contribuindo para que o crime organizado seja uma oferta extraordinária para uma demanda de tantos jovens deserdados e sem esperança. Jovens deserdados pela economia, pelas políticas sociais.”