Fim do monopólio de resseguro pode levar governo a procurar outro sócio

11/03/2007 - 17h23

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O fim do monopólio de resseguro e a possível retirada dossócios privados do capital do IRB-Brasil Resseguros, poderão levar o governofederal a se associar a outra companhia, inclusive estrangeira, para que aempresa não perca competitividade. A avaliação é do gerente de Estratégia doIRB-Brasil Re, Sebastião Pena. O capital do IRB-Brasil Re é dividido meio ameio entre a União e seguradoras nacionais.A Lei Complementar 126, de janeiro de 2007, que extinguiu o monopólio do IRB,prevê que os sócios privados poderão vender à própria empresa suas ações. Osrecursos obtidos, entretanto, deverão ser necessariamente investidos na criaçãode resseguradoras locais. "O IRB ficaria com metade do seu capital.Ficaria vulnerável perante essa concorrência”, constatou Pena. Ele disse que ogoverno ainda não decidiu o que vai fazer dentro da hipótese de retirada totaldo capital privado do IRB. O gerente indicou, porém, que para continuar tendocapital  correspondente ao risco que assume, inclusive de mercadosestrangeiros, o IRB poderá recorrer a parcerias estratégicas, participando emconjunto de carteiras de outros países, indicou Sebastião Pena."A expectativa do corpo técnico do IRB é que, em se configurando umasituação dessa natureza, o governo, como acionista único, vai ter que procurarum novo parceiro para ter uma gestão profissional e não meramente estatal”,declarou. Pena acrescentou que atualmente há muitos resseguradores que dãosuporte ao IRB nos contratos e vários deles  já demonstraram interesse em uma possível parceria.Há cerca de dez anos o IRB-Brasil Re vem se preparando para a abertura domercado. Pena lembrou que até 2000 o modelo cogitado previa que a aberturaestava condicionada à privatização da empresa. De 2003 para cá, o projeto foireformatado e  a lei construída preservou a manutenção do IRB como umressegurador nacional, sem a condicionante de privatização."Em função disso, a gente vem redirecionando o planejamento estratégico daempresa para colocar o modelo de gestão dentro dos padrões novos que estãosendo exigidos por todo o mercado de resseguros mundial, respeitando as regrasde governança corporativa, gestão colegiada, com os procedimentos de alocaçãode capital coerentes com as capacidades de retenção dos prêmios (a soma emdinheiro, paga pelo segurado ao segurador, para que este assuma aresponsabilidade de um determinado risco). Então, a gente vem trabalhando comum modelo de gestão dentro de uma  realidade de mercado aberto”, dissePena.