Petista critica declarações de Aldo Rebelo sobre coalizão partidária na Câmara

29/01/2007 - 19h28

Iolando Lourenço e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Após o debate realizado na TV Câmaracom os três candidatos à presidência da Câmarados Deputados, o líder do PT, Henrique Fontana (PT-RS),criticou as declarações do atual presidente da casa ecandidato à reeleição, deputado Aldo Rebelo(PCdoB-SP).Para Fontana, que é um dos coordenadores dacandidatura do Arlindo Chinaglia (PT-SP), as falas de Aldo nãocondizem com a verdade da ação do Partido dosTrabalhadores, pois o partido tem buscado retomar a “normalidadeinstitucional” ao ter o direito de pleitear o cargo com a maioriados deputados da casa.“Foi um momento infeliz de nossopresidente. Eu, que fui um dos coordenadores da sua campanha àpresidência da Câmara há um ano e meio, e abancada do PT, que o apoiou integralmente, consideram um erro e umainfelicidade de colocar algo que não condiz com a realidade daação do PT”, disse.No debate, Aldo disse que sua tentativa de reeleiçãonão é um projeto pessoal. Ao afirmar que não temnada contra seus adversários, criticou a candidatura doPartido dos Trabalhadores dentro da proposta de um governo decoalizão. "Não creio que em nome da democracia sedeva dar mais poder a um único partido. Não acho bom aconcentração do poder nas mãos doPT."Fontana tambémjustificou a estratégia do partido de lançar candidatopróprio como forma de retomar a normalidade institucional dacasa. “O que nós estamos procurando nesse momento édevolver a normalidade institucional ao Parlamento. Quando se faz umdiálogo entre as duas maiores bancadas, PT e PMDB, e o Partidodos Trabalhadores coloca aos outros partidos a indicaçãode candidatos proporcional às bancadas isso não setrata de ato de hegemônica do PT. Se trata de equilíbrioinstitucional e respeito ao processo democrático.”Em duas horas e meia de debate na TV Câmara,os três candidatos à presidência da Câmarados Deputados - Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) eGustavo Fruet (PSDB-PR) - defenderam suas propostas para o cargo,cuja eleição acontecerá no dia 1º defevereiro.Chinaglia, candidato petista, rebateu as declaraçõesde Aldo ao afirmar que seu partido apoiou a candidatura de Aldo nas últimaseleições. "Demonstrou que sabe abrir mão",afirmou. Ele lembrou que tem apoio de diversos partidos comoPMDB.Fruet disse que sua candidatura representa uma "terceiravia" ao que foi colocado e defendeu a independência daCâmara. "Eles são governo, quero ser a Câmara.Eles defenderam o governo e eu a Câmara no Conselho de Éticae na Comissão Parlamentar de Inquérito",afirmou.O debate teve quatro blocos. No primeiro, oscandidatos responderam a perguntas de veículos da Câmara.No segundo bloco, seis jornalistas credenciadas na Câmarafizeram seus questionamentos. No terceiro bloco, os deputadosdebateram entre si e no quarto bloco responderam a perguntas enviadaspor cidadãos. Foram enviadas cerca de 200 perguntas por e-maile por telefone.