Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Um documento com sete pontos considerados relevantes para a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados foi divulgado hoje (8) após reunião do grupo suprapartidário que articula uma candidatura alternativa.Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o objetivo do grupo é recuperar a imagem da Câmara, incialmente. "Queremos reconquistar o respeito da opinião pública", disse, acrescentando que exerce, no grupo, a função de articulador: "Não estive nem estou no páreo".No documento,intitulado "Autonomia, Transparência e Combate à Corrupção", que seráapresentado aos demais parlamentares em reunião prevista para o dia 16, em Brasília, o grupo cita como pontosfundamentais para a eleição da presidência da Câmara: a autonomia doParlamento; a aprovação imediata do voto aberto no Parlamento; aracionalização e transparência dos gastos na Câmara; a definição decritérios permanentes para a remuneração dos parlamentares, compatíveiscom a realidade brasileira; atualização do Regimento Interno da Casa; aprioridade à Reforma Política; e a eleição de um presidente da Câmara“cuja imagem não tenha sido atingida pelos episódios degradantes daLegislatura passada ou qualquer escândalo em sua vida pública”. “Queremosalguém de um partido que tenha viabilidade eleitoral. Queremos um nomesem nenhum envolvimento ou comportamento que possa destoar daquelescompromissos que queremos que estejam na base de uma candidaturaalternativa”, disse a deputada Luiza Erundina.Segundo ela, o nomepode até vir do próprio PT, “desde que não seja nenhum nome que tenhafaltado com o comportamento decente e ético no seu mandato”. Perguntadasobre a possibilidade do grupo suprapartidário vir a apoiar um dos doiscandidatos atuais, Erundina disse que vê dificuldades na idéia, citandoo fato de que ambos teriam aprovado o aumento do salário doscandidatos. “Os atuais candidatos terão dificuldades em corresponder atodos os pontos que estão elencados nesse programa”, afirmou.Parao deputado Wanderley Macris, a decisão sobre a possibilidade de o grupovir a apoiar uma candidatura alternativa à Câmara pode acontecer nareunião do dia 16 e vai depender “do tamanho do documento e detodos que o apóiam”. “O que está fechado com esse grupo é que qualquercandidato, sejam os dois atuais ou um novo, terá que ter o compromissoe atender a todos os pré-requisitos definidos aqui hoje”, disse.