Preservação da floresta amazônica vai exigir investimentos de até R$ 30 milhões

07/01/2007 - 13h47

Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A meta de investimento na preservação da floresta amazônica neste ano é deR$ 30 milhões, com recursos do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa),supervisionado pelo Ministério do Meio Ambiente. Para chegar a esse valor, o coordenador do Arpa, Ronald Weigand, revela que,entre outras estratégias, serão realizados eventos para divulgar o programa ecaptar recursos.Esse foi o caso do concerto realizado ontem (6) no Carnegie Hall, em Nova Iorque,com a Orquestra Bachiana de Câmara. A proposta Amazon Forever (Amazônia para Sempre) tem o objetivo de reunir potenciais doadores efinanciadores.Weigand explicou que as doações nacionais e estrangeiras não são repassadaspara o governo. Os recursos vão para a organização não-governamental FundoBrasileiro para Biodiversidade, que é responsável por aplicá-los de acordo como que foi decidido em conjunto com o governo.Segundo Weigand, neste ano já foram feitas duas doações, dos fabricantes decosméticos O Boticário e Natura, no valor de US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,1milhões) cada uma.A Arpa recebe também recursos da organização ambientalista WWF, que captadoações de vários países, como os Estados Unidos. O KFW, banco alemão defomento que financia projetos de meio ambiente, e o Fundo para o Meio AmbienteGlobal (GEF), por meio do Banco Mundial, também investem no programa. “Temos tentado chamar atenção para o fato de que a Amazônia é muitoimportante para a estabilidade climática global. Então, ao investir na Amazôniae na conservação da floresta, eles estão beneficiando a si mesmos”, enfatizou.O programa tem o objetivo de proteger pelo menos 50 milhões de hectares dafloresta, com a manutenção de unidades de conservação existentes e a criação demais unidades. O projeto tem duração de dez anos, com investimento estimado emUS$ 400 milhões (R$ 858,9 milhões).“Vários programas (de preservação da Amazônia) anteriores tiveram um defeitosério que era não ter continuidade. Então aquilo que foi investido foiperdido”, afirmou.Weigand informou também que o ministério está criado um fundo decapitalização permanente. Nesse tipo de investimento, o capital principal dofundo é mantido e são gastos somente os rendimentos. “Assim serão mantidas asunidades de conservação por tempo indeterminado, para sempre, idealmente. Oprograma, que tem um objetivo bastante definido, vai acabar, enquanto o fundocontinuará existir para manter as unidades funcionando”, disse.Para Weigand o resultado da implementação do programa é “positivo”, uma vezque a meta de criação de unidades de conservação (18 milhões de hectares) parao período entre 2002 e 2006 foi ultrapassada, chegando a 20 milhões dehectares.Nessa primeira fase, segundo o Ministério do Meio Ambiente, foram investidoscerca de US$ 80 milhões no Arpa, recursos provenientes do Governo Federal (US$18 milhões) e dos doadores: GEF (US$ 30 milhões), WWF (US$ 16 milhões), KFW(US$ 14 milhões).“Nosso principal desafio agora é a captação de recursos para as próximasfases do programa e para o estabelecimento desse fundo de áreas protegidas”.