Emprego e renda devem manter em 2007 tendência de crescimento

30/12/2006 - 13h38

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O cenário é positivo em 2007 em termos de emprego e rendapara a população, ainda que as expectativas apontem que o crescimentoeconômico não deverá alcançar os 5% desejados. A avaliação foi feita com àAgência Brasil pelo superintendente regional do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) de São Paulo,José Silvestre Prado de Oliveira.A taxa média de desemprego em 2006 foi de 10,1%, pouco menordo que 10,2% em 2005. De acordo com análise recente do Instituto de Estudos parao Desenvolvimento Industrial (Iedi), a pequena variação precisa serrelativizada com o crescimento da população economicamente ativa em 2,9%, ouseja, aumentou o número de pessoas que procuram trabalho. Em novembro desteano, o rendimento médio real da população ocupada cresceu 5,7% na comparação como mesmo mês do ano passado. “O mercado de trabalho, englobando emprego e renda, deve continuar com essatendência de melhora porque, à medida em as expectativas são de crescimentomelhor e haja também um grau de previsibilidade da economia maior, isso além deser positivo  faz com que esses indicadores tendam a apresentar melhora”,afirmou o superintendente do Dieese.Silvestre disse que na avaliação do Dieese, “deve  melhorar o mercado detrabalho, ou seja, a taxa de desemprego deve continuar caindo. De outro lado,os rendimentos devem continuar nessa trajetória de melhora, ainda que seja umamelhora pequena. Então, eu acho que o cenário é positivo para 2007”.Os estudos mais recentes apontam para a redução do desemprego no país. O últimodado disponível na pesquisa sobre mercado de trabalho do Dieese mostra quea taxa de  desemprego na  região metropolitana de São Paulo  foia menor desde novembro de 1996, ficando em torno de 14,1% para a populaçãoeconomicamente ativa, que representa a força de trabalho, envolvendo pessoasocupadas e desocupadas.A pesquisa do Dieese abrange as regiões metropolitanas de São Paulo, Salvador,Porto Alegre, Recife, Belo Horizonte e Distrito Federal, ao contrário daefetuada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), que excluio Distrito Federal mas inclui dados referentes ao Rio de Janeiro. “A taxa de desemprego vem caindo paulatinamente desde 2003”, destacou Silvestre.Nas demais regiões metropolitanas acompanhadas pelo Dieese, a tendência éparecida. “O que difere aí é a taxa”, frisou.No Distrito Federal, por exemplo, a taxa de desemprego era de 18,2% emoutubro de 2005 e caiu em outubro de 2006 para 17,9%. Em Belo Horizonte,passou de 15,8% para 12,4%; em Porto Alegre, de 14,8% para 14,2%; Salvador, de 23,3% para22,9%; São Paulo de 16,9% para 14,6%. Somente em Recife, a taxa permaneceupraticamente estável: 21,6% em outubro de 2005 para 21,8% em outubro deste ano.“Esse é um dado que mostra uma queda paulatina da taxa de desemprego ao longodos últimos três ou quatro anos”.Segundo analisou Silvestre, isso mostra que não houve  estagnação domercado de trabalho. “Ao contrário.  Você teve expansão da ocupação, de umlado,  e de outro lado uma relativa queda da taxa de desemprego”. Elechamou a atenção que houve também   crescimento relativo do índice deformalização do mercado de trabalho. Ou seja, há mais gente  com registroem carteira. A percepção é de que a ocupação tem melhorado em praticamente todas as regiõesdo país.Em termos de renda, o último dado disponível se refere ao mês de outubro de2006. Comparando com dados de outubro de 2005, observa-se que o rendimentomédio dos ocupados como um todo no mercado de trabalho (englobando assalariadoscom e sem carteira, autônomos etc) cresceu 1,9% nas regiõespesquisadas, tendo como deflator o ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese paraSão Paulo. Separando somente os assalariados, o crescimento real, isto é,descontada a inflação, atinge 0,8%. “Tem crescimento dos ocupados como um todo,do ponto-de-vista do rendimento, e também dos assalariados”, analisou oeconomista.