Ano fecha com aumento de fusões de empresas, mostra pesquisa

27/12/2006 - 17h58

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -

O Brasil registrou em 2006 um total de 560 transações, envolvendo fusões e aquisições de empresas, com crescimento de 44% em relação a 2005, de acordo com o  relatório da consultora internacional PricewaterhouseCoopers, divulgado hoje (27).O sócio da Price, Raul Beer, diz que em número de negócios, o ano de 2000 exerce a liderança, apresentandoum total de 624  negócios. Já em termos qualitativos, segundo o sócioda Price, 2006 teria sido o melhor resultado de toda a série históricainiciada na década de 80.nesse ano, tal como em 2001, houve uma série de transações de pequeno porte, influenciadas pela internet.“Qualitativamente, quando você olha os 560negócios deste ano contra os 624 de 2000, provavelmente  os 560 sãomelhores, maiores e mais relevantes”, afirmou Beer. O segundo semestre de 2006, considerado o melhor semestre desde 1998, concentrou a maior parte das transações efetuadas no ano: 308 negócios, com aumento de 22% em relação ao primeiro semestre, mostrando ainda expansão de 47% em comparação ao segundo semestre de 2005.Isso  mostra, segundo Raul Beer, que a confiança na economia brasileira continua. “Acho que as Bolsas de Valores estão tendo um efeito indireto importante na análise de fusões e aquisições. E o dinheiro que as empresas captaram em 2005 e no início de 2006 foram investidos no segundo semestre deste ano”, analisou o economista.Incluindo as participações minoritárias, as companhias nacionais tiveram expansão de 47% contra 39% dos estrangeiros. O maior investidor no Brasil em 2006, por blocos econômicos, foi a Europa, com 47% do total, destacando a França, com 19 transações. Por países, o maior investidor foram os Estados Unidos, com 41%.A maior operação de fusão e aquisição em valor foi realizada em 2006 pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), com a compra da canadense Inco por US$ 14,9 bilhões. Em termos de quantidade, a maioria dos negócios foi efetuada no setor de alimentos, nos sub-setores de açúcar e álcool e frigoríficos, relata a pesquisa da Price.Para 2007, Raul Beer acredita que a tendência é de continuidade do movimento de crescimento das transações de fusões e aquisições no Brasil. “No ano que vem, vamos continuar crescendo em níveis bem respeitáveis, talvez não tanto como este”. Ele estima que o crescimento dos negócios em 2007 possa alcançar entre 20% a 30%.