Mercosul vai começar 2007 atrás de solução para seus entraves

25/12/2006 - 13h18

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A lentidão na consolidação de um mercado comum, a insatisfação das economias menores e os recentes conflitos entre Argentina e Uruguai, entre outros fatores, explicitam fragilidades do Mercosul. Mas governos e sociedade civil organizada do Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela, os cinco países membros, continuam apostando na integração e ampliação do bloco.Iniciativas nesse sentido ocorreram em dezembro, com a instalação do Parlamento do Mercosul, a realização da primeira cúpula social do bloco e uma profunda discussão sobre problemas durante a 31ª Reunião do Conselho do Mercado Comum. Novo impulso deve ser dado logo no início do ano, com a 31ª Reunião de Chefes de Estado do Mercosul. O evento será realizado dia 19 de janeiro, no Rio.Durante a solenidade de instalação do Parlamento do Mercosul, no último dia 14, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a iniciativa afastou a idéia de crise no bloco e demonstrou otimismo. Para ele, o Parlamento vai “harmonizar as legislações nacionais em diversas áreas”, além de reunir o “pluralismo político e a diversidade cultural” do bloco e discutir as divergências entre os países.Enquanto representantes dos governos criavam o parlamento conjunto, representantes da sociedade civil debatiam as funções da nova instituição na 1ª Cúpula Social do Mercosul.“Muitas vezes, na integração latino-americana, criamos primeiro as instituições e depois [discutimos] a realidade. Isso sempre é um risco. Mas, ao mesmo tempo, acreditamos que esse parlamento vai ser o primeiro espaço de uma certa supranacionalidade, onde os parlamentares terão que debater os interesses da região”, avaliou a uruguaia Cecília Alemany, integrante da organização Social Watch. “Acreditamos neste espaço como uma oportunidade para tentar avançar em tópicos que não avançam de outra maneira”.O documento final da Cúpula Social, que será apresentado durante a reunião de chefes de Estado, sugere que o parlamento tenha participação igualitária de homens e mulheres e que sua agenda priorize temas de igualdade de gênero, igualdade étnico-racial e direitos humanos. “São as preocupações da sociedade civil e deveriam fazer parte da agenda dos parlamentares”, resume Cecília.A Agência Brasil publica neste dia de Natal uma série de reportagens sobre o Mercosul, que abordam o novo parlamento, o aspecto social do bloco e o andamento da integração, com suas dificuldades e sucessos.