Para secretário, R$ 1,8 bi resolveriam questão ambiental no Rio dos Sinos

22/12/2006 - 7h29

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O secretário de Saneamento e Obras Públicas do Rio Grande do Sul,Waldir Schmidt, disse que "a solução para a agonia do Rio dos Sinospassa pela ajuda do governo federal".  Ao avaliar, nessaquinta-feira (21), a situação ambiental do rio que banha a regiãometropolitana de Porto Alegre, ele afirmou que para resolver o problemaé necessário investimento de R$ 1,8 bilhão em saneamento na principalbacia hidrográfica da região."A poluição da água - que já matou quase 100 toneladas de peixes nos últimos dois meses - tem solução, mas precisa de um grande investimento, principalmente na construção de um sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos", disse o secretário.Segundo ele, a maioria das cidades situadas às margens do Sinos, não dispõem ou têm percentual muito pequeno de investimento na área. Waldir Schmidt, que já foi prefeito de São Leopoldo, citou a cidade - que depende diretamente das águas do rio - com exemplo dessa falta: “Apenas 20% dos quase 210 mil habitantes do município têm sistema de coleta e tratamento”. "Se nós dependermos de ficar esperando que cada município construa esse sistema, nunca vamos ter a solução do problema porque todos sabem que as prefeituras estão exauridas; não têm recursos para suas despesas de custeio, quanto mais para fazer investimentos. É por isso que não tenho dúvida nenhuma de que vamos precisar muito da ajuda do governo federal”, ressaltou o dirigente.A secretária executiva do Conselho de Saneamento do Rio Grande do Sul, Mariângela Correa Laydner, afirmou que a reunião - que debateu a gravidade da situação, nessa quinta-feira (21), na capital gaúcha - “foi uma das mais proveitosas”. De acordo com Laydner, “todas as ações necessárias para resolver o problema foram arroladas e o Ministério das Cidades e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) manifestaram interesse de colaborar com recursos financeiros que podem ser disponibilizados”. Ela destacou a garantia de recursos, de R$ 200 milhões, no Orçamento da União, para ações emergenciais no tratamento de esgoto em toda a região que descarrega na Bacia Hidrográfica do Sinos. Lembrou a criação de uma agência reguladora para as questões hidrográficas – prevista há mais de 10 anos por lei estadual – e disse que "é o momento que ela saia do papel”, além de destacar a questão do esgoto misto. "O estado do Rio Grande do Sul não reconhece o problema do esgoto sanitário como solução para as questões ambientais”,afirmou a secretária. “A gente sabe informalmente, que o que está acontecendo hoje é que toda a rede coletora de esgoto fluvial está sendo usada para conduzir o esgoto”, afirmou Mariângela. Ela também elogiou a iniciativa do Ministério Público do estado, que se comprometeu de encaminhar as soluções discutidas”.  Entre as ações emergências, Mariângela ressaltou a criação da Redede Monitoramento do Rio dos Sinos para que o problema seja visto comantecedência e não quando os peixes aparecerem mortos. Segundo ela, aFundação Nacional de Saúde (Funasa) também acenou com a possibilidadede recursos para resolver o problema de água nos municípios da regiãodesprovidos de sistema público de abastecimento.