Lei da Mata Atlântica não pode ser das que "não pegam", pede ambientalista

22/12/2006 - 15h59

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou, hoje (22), na solenidade de sanção da Lei da Mata Atlântica, que a novidade significa uma vitória para a sociedadebrasileira. “A lei viabiliza meios para a conservação, a recuperação eo manejo sustentável no país. A Mata Atlântica, que beneficia cerca de120 milhões de brasileiros, agora tem uma ferramenta que possibilita acompensação ambiental de forma permanente”, declarou, durante a cerimônia de sanção, no Palácio do Planalto.Para odiretor de Mobilização da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani,o maior mérito da lei está em mostrar que preservar o que restou dafloresta não significa comprometer o desenvolvimento. “Em vez deimpedir o progresso, o respeito ao meio ambiente significa ganho não sópara a sociedade, mas principalmente para a natureza”, acredita oambientalista. “A nova lei cria um ciclo virtuoso, que não é o dadegradação.”Mantovani ressalta que o longo tempo para aaprovação do texto, cujo projeto foi mandado para o Congresso em 1992,serviu para que toda a sociedade chegasse a um consenso. “Aos poucos, alei foi sendo ajustada com a participação dos mais diversos segmentos,como a bancada ruralista e o setor hoteleiro”, avaliou. Na opiniãodele, a experiência obtida nos 14 anos será importante para que asfuturas leis que regulamentem a preservação de outros ecossistemas,como o cerrado, saiam do papel mais rapidamente.O ambientalistaafirmou que o desafio agora consiste em divulgar a lei para a sociedadeter conhecimento dos mecanismos de preservação do bioma. “Essa lei nãopode ser mais uma daquelas que não pegam”, ressaltou. Segundo a últimaedição do Atlas dos Remanescentes Florestais, divulgada no último dia12 pela SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe), a mata atlântica está reduzida a 6,98% da coberturaoriginal.