País tem condições de crescer acima da média dos últimos anos, diz Mantega

20/12/2006 - 16h10

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar hoje (20) de audiência pública no plenário do Senado Federal sobre a política econômica no próximo mandato do presidente Lula, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Brasil reúne condições para alcançar taxas de crescimento acima da média histórica dos últimos anos. “Temos hoje baixa vulnerabilidade externa, já sofremos muito com o risco das turbulências internacionais, mas não mais. Além disso, a inflação é baixa e alcançamos o equilíbrio fiscal”, disse Mantega aos senadores.O ministro lembrou que o equilíbrio fiscal foi conquistado com o aumento da capacidade de pagamento da dívida externa e com o melhor desempenho comercial do país. “Temos um superávit comercial robusto, da ordem de US$ 45 bilhões, o que nos permite acumular reservas para enfrentar a dívida. As reservas são da ordem de US$ 85 bilhões”, afirmou. Segundo Mantega, o volume de reservas atual é o maior da história brasileira. Com isso, as reservas superam a dívida líquida do setor público, calculada hoje em R$ 63 bilhões.A inflação, conforme o ministro, vai chegar a 3,1% no final do ano, o que, paralelamente ao crescimento da economia, favorece os trabalhadores e empresários. “Inflação baixa é boa para trabalhadores, é boa para os empresários, é boa para aqueles que almejam perspectiva de crescimento”, observou. Além disso, o Brasil superou a barreira das taxas de risco internacionais e alcançou ontem (19) o nível dos 199 pontos, quando historicamente tinha alcançado, em sua melhor média, os 700 pontos até hoje, destacou o ministro. Segundo ele, o reflexo da queda do risco-país significa juros menores nos empréstimos tomados no mercado externo e permite o lançamento de títulos públicos brasileiros no mercado internacional em reais. No mês passado, o Brasil emitiu títulos públicos que possibilitaram a captação de US$ 1,5 bilhão por 10 anos.