Indústria do Rio espera 2007 com "confiança realista"

20/12/2006 - 14h24

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os industriais do Rio estão, em geral,otimistas, porém realistas, em relação ao cenário que se descortina para o país em 2007,disse hoje à Agência Brasil o vice-presidente da Federação dasIndústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan), Carlos Mariani, tambémtitular da Associação Brasileira da Indústria Química(Abiquim). “É um otimismo com realismo. Nada de esperar grandesexplosões de crescimento”, afirmou ele.

Oempresário observa, por outro lado, que no tocante aosempresários fluminenses, o otimismo é maior do que na mesma época doano passado. Estudo divulgado pela Firjanrevela que 66,3% das 106 empresas de 14 setores da indústria detransformação fluminense e  construção civil ouvidas pela entidadese mostraram confiantes quanto às expectativas para a economiabrasileira nos próximos seis meses. O estudo foi divulgado hoje.

Ummaior dinamismo econômico vai depender, na avaliação doempresariado,  da resolução da questão fiscal. Segundo explicou achefe da Assessoria de Pesquisas Econômicas da Firjan, Luciana Marques de Sá, os empresários destacaram o aumento dos gastos públicoscomo um dos principais entraves ao crescimento da economia brasileira.“Então, o ajuste do setor público é chave, e isso deve ser complementadopor uma agenda de reformas microeconômicas.”

A economista explicaainda que, em relação à carga tributária, sua redução depende da reformafiscal. “Sozinha, ela não cai”, disse ela.

Apesquisa foi elaborada pela entidade com base em uma amostra de 26empresas oriundas do ranking das 200 maiores companhias estaduais daFundação Getúlio Vargas, cujos ativos somaram cerca de R$ 300 bilhõesno ano passado. O estudo indica que o cenário para 2007 é de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dasriquezas produzidas no país, entre 3,10% a 4%.

“Esperamos queo governo continue perseguindo o tripé que foi proposto nos últimosanos e que engloba reforma fiscal, câmbio flutuante e regime de metasde inflação para que o país continue  crescendo”, disse opresidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira. “É importante investir em infra-estrutura, principalmente no  Riode Janeiro.”

Vieira frisou que o estado do Rio passou do 9ºlugar no ranking de exportadores nacionais para o 4º lugar e deveatingir no médio prazo a 2ª posição. Segundo ele, os investimentos previstos para o Rio nos próximos três anos totalizam R$ 70 bilhões, dosquais R$ 32 bilhões são referentes à Petrobrás, R$ 20 bilhões aprojetos industriais, R$ 4 bilhões em turismo e R$ 11 bilhões eminfra-estrutura.

Osindustriais avaliam que a redução da taxa de juros e os bonsresultados alcançados em 2006 em termos de emprego e renda possamcontribuir para a elevação, embora moderada, do nível de atividade nopaís.