Calor e chuva dificultam retirada de peixes mortos no Rio dos Sinos

18/12/2006 - 18h04

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam) ainda não conseguiu retirar os peixes mortos no Rio dos Sinos, entre os municípios de São Leopoldo e Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre. O forte calor que atinge o estado elevou ontem (18) a temperatura da água para 34º C, acelerando o processo de decomposição das quase 15 toneladas de animais encontrados no sábado (16), próximo ao local onde ocorreu o primeiro desastre ambiental no início de outubro, que matou 86 toneladas de peixes. “Com o temporal na madrugada, a ventania mudou o curso do rio do Sul para o Norte, levando os peixes mortos, que estavam na zona de contenção, novamente para o Arroio Portão”, explicou o biólogo da Fepam André Luiz da Silva Milanês, que chefia da equipe do Serviço de Emergência Ambiental no local. Segundo ele, a Fepam vai instalar amanhã (19) um gerador, que injeta oxigênio puro, para oxigenar a água do rio que, em alguns pontos, está com o nível mais de um metro abaixo do normal.Milanês informou que o nível de oxigênio será monitorado diariamente pela Fundação e pelo Comando Ambiental da Policia Militar do Rio Grande do Sul. Se a chuva que começou a cair hoje na região for constante, poderá haver uma melhora natural das condições do rio, disse ele. “Há duas semanas, choveu bastante na cabeceira do rio dos Sinos, aumentando a vazão, que chegou a voltar ao normal para esta época do ano”, afirmou Milanês. Ele explicou que a queda brusca do escoamento de água baixa o oxigênio. "Com qualquer carga poluente que o rio recebe, tanto industrial quanto sanitária, ocorre a mortandade”, afirmou. Amanhã, ambientalistas vão tentar retirar os peixes mortosdo Rio do Sinos que, junto com o Gravataí, abastece 42 municípiosda região metropolitana (incluindo a capital do estado). Após odesastre de outubro, um exame revelou a presença de metais pesados norio, entre eles zinco e cobre. Seis empresas foram multadas pelodesastre ambiental.