BNDES apóia construção de mais 1.622 quilômetros de linhas de transmissão em três regiões

18/12/2006 - 17h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) firmou hoje (18) com a Plena Transmissoras, querepresenta os investidores espanhóis Isolux, Cobra Instalaciones eElecnor, três contratos de financiamento para projetos no setor detransmissão de energia, totalizando R$ 875 milhões.

Opresidente do BNDES, Demian Fiocca, destacou que os três projetos irãogerar investimentos totais de R$ 1,43 bilhão e a implantação de 1.622quilômetros de linhas de transmissão nas regiões Norte, Centro-Oeste eSudeste. Cerca de 4,9 mil empregos serão criados durante as obras.

Fioccatambém destacou a integração da usina hidrelétrica de Itumbiara, emMinas Gerais, à sub-estação de Cuiabá, em Mato Grosso. E a linha queunirá Tucuruí a Vila do Conde, no Pará, além da que ligará PortoPrimavera (SP) a Imbirissu (MS).

O presidenteda Elecnor, Jose Castellanos, informou que os projetos se referem aoleilão de linhas promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica(Aneel) em 2004, cujas concessões foram assinadas em 2005. "Graças àcapacidade de construção encontrada no Brasil e também à capacidade dosacionistas, de suportar financeiramente os projetos até hoje”, afirmou,as linhas de transmissão tiveram sua entrada em operação antecipada. Oprojeto Itumbiara, por exemplo, estava previsto para entrar em operaçãoem maio de 2007 e foi antecipado para novembro passado.

Castellanosdestacou ainda a importância do deságio médio de 40% apresentado pelosgrupos estrangeiros no leilão, para a poupança dos consumidores, emtermos de tarifa. “Os contratos estão sendo feitos no novo modelo pordeságio de tarifa. Quem aceitar construir pela menor tarifa vence oleilão. E isso se reflete em redução do custo para o sistema e melhoriapara o consumidor”, esclareceu Demian Fiocca.

Osinvestidores espanhóis participam dos leilões da Aneel desde 2000 eatualmente possuem seis concessões na área de transmissão de energiaelétrica.

O chefe do departamento deEnergia Elétrica do BNDES, Nelson Siffert, admitiu que não é costume ainstituição conceder empréstimo a projetos já concluídos. “De qualquerforma, o BNDES libera os recursos antes do prazo final definido pelaAneel para a entrada em operação. A antecipação foi uma estratégia dosinvestidores e, de um lado, mostra que eles não dependem apenas doBNDES para colocar seus projetos de pé, que eles têm crédito em relaçãoa outros bancos. Esse financiamento é fundamental para permitir queeles invistam em novos projetos", disse. Segundo Siffert,os efeitos do racionamento de energia em 2001/2002 seriam bem menoresse o Brasil tivesse um sistema de transmissão mais robusto: “O aumentode linhas de transmissão é duplamente importante – pela capacidade detransmitir energia de uma região para outra e pelo ponto-de-vista dasegurança do atendimento e do fornecimento de energia”.