Consórcio rebate denúncias do Movimento dos Atingidos por Barragens

17/12/2006 - 14h11

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - O Consórcio Energético responsável pela Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, já indenizou 57 das 67 propriedades adquiridas para o canteiro de obras e conseguiu, na Justiça, a reintegração de posse das 10 que foram declaradas de utilidade pública, porque não houve acordo com os proprietários. "O que está ocorrendo agora é que essas pessoas, que ainda não saíram das propriedades, estão sendo notificadas pelos oficiais de justiça", disse o diretor superintendente do consórcio, Enio Schneider.Ao rebater as denúncias feitas na última semana pelo Movimento dosAtingidos por Barragens - MAB (sobre confrontos entre proprietários epoliciais no local), Schneider garantiu que ninguém está sendo retiradoà força do local. Segundo ele, no lado catarinense, o oficial dejustiça que está entregando as notificações no município de Águas deChapecó "não está encontrando dificuldades".  Mas no municípiogaúcho de Alpestre, "a oficial é uma mulher que, em alguns casos, nãose sente à vontade para ir sozinha, por isso a presença da polícia",explicou  o dirigente.Schneider destacou também que as famílias que permanecem ocupando as propriedades são aquelas que não chegaram a um acordo amigável com a empresa, mas já receberam a indenização correspondente por meio de depósito judicial. Segundo ele, esses casos são exceções, já que o consórcio alcançou um índice bastante alto de negociações amigáveis. "Obtivemos uma negociação amigável em 86% dos casos, um número bastante expressivo". O dirigente disse ainda que é natural que não haja entendimento com algumas famílias e, por isso, esses casos são encaminhados por via judicial. "Buscamos a desocupação negociável. Somente se este procedimento não surtir resultado, é que recorremos à via judicial, de forma legal e pacífica", ressaltou. Na seqüência, a íntegra da Nota encaminhada pela empresa.