Aumento para parlamentares está "descolado da realidade", diz Marinho

15/12/2006 - 18h40

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministrodo Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, avaliou hoje (15) que o aumento salarial aprovadopelo Congresso para os parlamentares, de R$ 12.700 para R$ 24.600, "estáum pouco descolado da realidade". Ementrevista na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES), Marinho disse esperar "que eles não necessitem de mais recursosdo orçamento para isso, que eles possam se virar com o orçamento doLegislativo, porque seria uma disputa injusta com necessidades tão importantesda sociedade brasileira, como a discussão do salário mínimo, a correção databela do Imposto de Renda, investimentos em infra-estrutura, investimentosocial".

Marinho admitiu que osparlamentares precisam ter um salário "razoável", para terem tranqüilidadee se dedicarem ao trabalho. "Eu creio que o salário deve dar condições,mas não pode se descolar da realidade brasileira. Nós somos um país em desenvolvimento,temos necessidade de investir em melhores condições para a sociedade, a classetrabalhadora em particular", afirmou.

Indagado se os parlamentares nãose sentiriam constrangidos em relação à votação do aumento do salário mínimo, oministro afirmou que "são departamentos diferentes" e revelou não terconstrangimento nessa negociação. Disse ainda que deveriam perguntar aosparlamentares “se não se sentem constrangidos em dar aumento para si próprios nessaproporção, enquanto o Brasil tem tantas necessidades".Luiz Marinho garantiu que será mantida a política“vigorosa de valorização do salário mínimo”. E disse que após a reunião marcadapara as 20 horas de terça-feira (19), com representantes das centraissindicais, poderá informar se o novo valor. O ministro descartou a possibilidadede chegar a R$ 420: “É impossível, porque daria um impacto muito grande naPrevidência e no próprio mercado de trabalho”.