Diretor da Petrobras diz que preço pago pelo gás da Bolívia é alto

14/12/2006 - 16h38

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Odiretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse ontem (13)que o preço pago atualmente pela importação de cerca de 26 milhões de metroscúbicos de gás natural diários da Bolívia está alto e acima do padrãointernacional, inclusive o praticado no mercado norte-americano. De acordo com Cerveró, a Petrobras paga atualmente pelo gás boliviano US$ 5 pormilhão de BTUs (medida de aferição do produto), mas o gás chega ao Brasil aopreço de US$ 6,5. “É um preço que nós consideramos alto. Ele chega aqui a US$ 6,5 por milhão deBTUs. Quando se fala que o preço pago é de US$ 5 por milhão de BTUs leva-se emconta o preço do produto entregue na fronteira entre os dois países. Não élevado em conta o custo do transporte. Para as distribuidoras ele (gás) chega,na verdade, ao preço de US$ 6,5. Então é um preço elevado, chega a ser maiscaro do que o preço praticado nos Estados Unidos”, disse. Cerveró lembrou que quando foram intensificadas as importações do gás para oBrasil, em 1999, o preço do produto era de apenas US$ 0,90. “Na época o preçodo barril do petróleo estava em torno dos US$ 20, enquanto o do gás ficava emUS$ 0,90. Desde então ele já aumentou quatro vezes”. A Bolívia tenta há vários meses aumentar o preço do gás importado pela Petrobraspelo gás. As negociações abertas a pedido da YPFB, estatal boliviana do petróleo, estão sendoprorrogadas e se estenderão até abril do próximo ano. Como tem contrato emvigência com a Bolívia para exportar cerca de 30 milhões de metros cúbicos degás por dia até 2019, a Petrobras vem se recusando a conceder o aumento pedido,apesar da insistência da YPFB. Pelo atual contrato, os reajustes são feitos trimestralmente, com base na variaçãode uma cesta internacional de óleos. No último aumento concedido em 1º deoutubro, o reajuste foi inferior a 3% exatamente em razão da queda do preço dopetróleo no mercado internacional.