Brasil e Índia acertam intensificação de cooperação científica

14/12/2006 - 17h55

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Conselho Científico Brasil/Índia, reunido hojeem Bangalore, na Índia, aprovou a realização de uma grade deatividades bilaterais que serão iniciadas em fevereiro de 2007, comseminários no Brasil e na Índia associados à questão da nanotecnologia (termo utilizado para um conjunto de diversas tecnologias que possibilita a criação de produtos em escala microscópica).

Ochefe da delegação brasileira no encontro, professor Jacob Palis Jr.,também vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), disse, em entrevista à Agência Brasil, que  outro tópico definido na reuniãofoi a realização de uma chamada para projetos de pesquisa em áreasconsideradas prioritárias para ambos os países.  Entre elas, Paliscitou as ciências da computação, ciência dos materiais, matemática efísica, química, biotecnologia,bioenergia, oceanografia e epidemiologia.

“Uma das coisas mais importantes que foi acordada éque não só vai haver  um intercâmbio de pesquisadores, mas comprojetos de pesquisa conjuntos e formação de pessoal, sobretudo dejovens cientistas”, diz oassessor de Relações Internacionais da ABC, professor Paulo de Góes.Góes diz que  os pesquisadores do Brasil estão mais avançados doque os  indianos em áreas como bioenergia, em especial energiasrenováveis,  e matemática. Na bioenergia, o Brasil, que é oprimeiro produtor mundial de açúcar, tem muito a contribuir com aÍndia, segunda colocada no ranking, indica ele.  “Os indianos estão interessadíssimos na nossa tecnologia de etanol, que é baseada emcana-de-açúcar”, afirmou Góes. Ele lembrou que, em contrapartida, aÍndia tem uma experiência maior do que a do Brasil em áreas comociências da computação e oceanografia.

Oaprofundamento do intercâmbio científico bilateral pode auxiliar tambémna questão comercial, uma vez que os dois países são grandes produtoresde frutas tropicais, observa Góes. “Portanto, é importantepara o Brasil e Índia desenvolverem o seqüenciamento  de genomasde certas pragas que impedem a exportação para os mercados do Norte de produtos  como manga, jaca e goiaba para atingirmercados que não foram ainda disputados, fazendo um processo decolaboração integrado.”O intercâmbio entre cientistas dosdois países conta com apoio recebido dos ministérios daCiência e Tecnologia, Saúde  e  Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior.