União Nacional da Construção sugere ao governo investir R$ 206 bilhões

13/12/2006 - 20h54

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes da União Nacional da Construção (UNC) entregaram hoje (13) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto, uma proposta de desenvolvimento do setor para ajudar o governo na elaboração de ações que levem ao crescimento econômico. A construção civil sugere, conforme aponta o documento, que para chegar aos 5% de crescimento anual serão necessários investimentos federais da ordem de R$ 206 bilhões no setor, nos próximos quatro anos.Entre as providências que devem ser tomadas pelo governo, segundo a UNC, estão: destinar R$ 16 bilhões do Orçamento Geral da União para subsidiar a demanda do projeto para habitação social; considerar como investimento e não como dívida pública os financiamentos a projetos auto-sustentáveis de saneamento; e estabelecer fundos de investimentos constituídos para financiar obras de infra-estrutura. O setor também sugere ao governo que articule com o Congresso Nacional, o quanto antes, a aprovação do Projeto de Lei 3057, que cria instrumentos de regularização fundiária e parcelamento do solo. Segunda a UNC, com essas providências o setor poderá contribuir com até 2,4% para o crescimento do país nos próximos anos.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de receber a proposta dos empresários, disse que o governo tem consciência da importância de investir na construção civil e no setor produtivo como um todo. Em discurso, Lula reconheceu que desde 1980 a economia brasileira vive momentos de crise: “Por isso, faz 26 anos e não 26 dias. E vocês da construção civil sabem que nesses últimos anos a situação de vocês ficou extremamente delicada e afetada, porque se vendiam menos imóveis e cada vez mais se disponibilizava menos dinheiro para o setor”.Lula reafirmou que nos próximos quatro anos não quer repetir os erros do passado. O maior desafio a ser enfrentado, segundo ele, será promover o crescimento da economia brasileira sem aumentar a inflação. “Se permitirmos que a inflação volte a dois dígitos, a gente não sabe qual será o parâmetro que ela vai parar”, disse. E acrescentou que está disposto a fazer o que for necessário para acelerar o crescimento da economia, mas, conforme ressaltou, “sem inventar” mágica: “Porque mágica em economia não dá certo. Na economia, o que prevalece é a disposição política de fazer as coisas, a seriedade com que se faz as coisas e a cumplicidade que temos de construir com a sociedade brasileira".Lula também voltou a defender a idéia de que o governo, junto com os empresários, precisa destravar o país. “E quando falo em destravar o país, é pensar cada coisa que está atrapalhando o desenvolvimento, às vezes normas menores. É isso que eu chamo de destravar a economia. É tentar mudar regras que estão estabelecidas que parecem mutáveis e que não são. Porque não é o presidente da República ou o ministro da Fazenda que quer que o Brasil cresça 5% ou mais. É uma necessidade de atendimento das necessidades da sociedade brasileira, sobretudo para gerar perspectivas de empregos”, finalizou.