Movimentos sociais esperam prioridade de temas apresentados para governo

13/12/2006 - 19h57

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu as sugestões dos movimentos sociais para desenvolvimento do país no segundo mandato. Após o encontro, os movimentos sociais relataram que a iniciativa do governo é um bom sinal, porém isso não significa reduzir os protestos e manifestações nos próximos anos. A expectativa é que as propostas sejam incorporadas entre as prioridades do governo.“Não é porque nós apoiamos a reeleição dele por considerarmos que o governo dele é melhor do que os governos passados que nós vamos abrir mão da nossa agenda, pauta e reivindicações, lutas, greves e ocupações. Chegamos a dizer isso”, afirmou o representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício.Os movimentos apresentaram uma carta com reivindicações, entre elas, mudanças na política econômica e de juros para que o país cresça no mínimo 5%. “Essa política não trará os benefícios que o conjunto dos movimentos espera do governo”, disse o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues. Segundo líderes dos movimentos, não foi discutido valor do salário mínimo.No documento, os movimentos pedem democratização dos meios de comunicação com o fim da repressão às rádios comunitárias e a criação de rede pública de televisão. De acordo com o presidente da União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petra, essa democratização não significa censura à mídia. “A necessidade da democratização dos meios de comunicação não é no sentido de censurar, mas no sentido de garantir uma pluralidade das visões e idéias que existem no país”, afirmou.Já conforme o coordenador da Coordenação Indígena da Amazônia Brasileira (Coiab), Jecinaldo Saterê Mawê, o presidente vai discutir com os povos indígenas os impacto ambiental de obras de infra-estrutura, como construção de hidrelétricas. “Para nós, o encontro foi importante porque o governo estava atendendo os movimentos somente nos momentos de crise e mobilização. Nós seremos não só ouvidos, mas nossa pautas serão priorizadas dentro do governo”.