Ensino superior privado poderá ser totalmente financiado, anuncia Haddad

12/12/2006 - 19h28

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo poderá financiar até 100% das mensalidades doensino superior privado ou exigir o engajamento dos estudantes em atividadessociais para expandir o acesso ao nível superior. As medidas podem integrar osnovos critérios de inclusão no Programa de Financiamento Estudantil (Fies) noPrograma Universidade para Todos (ProUni) e estão em estudo pelo Ministério daEducação.A informação foi dada hoje (12) pelo ministro da Educação,Fernando Haddad, durante a divulgação do Censo da Educação Superior 2005. O levantamentoconstatou que apenas 10,9% dos estudantes jovens, entre 18 e 24 anos, estãomatriculados no ensino superior, número bem distante da meta de 30%estabelecida para 2011 no Plano Nacional de Educação.Segundo Haddad, as propostas de mudança no Fies e no ProUniserão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião noPalácio do Planalto na próxima semana. Ele salientou que o Ministério daEducação ainda não fechou posição sobre qual proposta levará ao presidente, masconfirmou que o financiamento integral das mensalidades e a participação dosbeneficiados em atividades extracurriculares estão sendo debatidasinternamente.De acordo com o ministro, em vez de devolverem o valoremprestado após a conclusão do curso, os estudantes poderiam ser mobilizadospara cuidar de crianças que ficarem mais tempo nas escolas. A experiência sebaseia em programas similares adotados pelas prefeituras de Belo Horizonte eNova Iguaçu (RJ). Na avaliação do ministro, seria bastante útil caso o Congressoaprove o projeto que institui a jornada integral no ensino fundamental.Haddad destacou várias medidas adotadas pelo governo paraestimular o acesso ao ensino superior, como a criação de dez instituiçõesfederais de ensino superior em 2005 e o programa Universidade Aberta. Voltadopara a formação de professores do ensino básico com base no ensino a distância,o programa instalará 300 pólos municipais, que receberão computadores quedeverão ser responsáveis, nas estimativas do ministro, por 60 mil novasmatrículas no próximo ano.