Amazonas não tem programa estadual de educação ambiental

12/12/2006 - 13h40

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental foi anunciada em junho de 2004 e teve sua criação formalizada, por meio do decreto estadual 25043, no ano seguinte. Seus 30 membros, porém, reuniram-se apenas no dia da posse e não cumpriram, por isso, com o principal objetivo do grupo: a elaboração de um programa estadual de educação ambiental.Para incentivar a retomada dos trabalhos da comissão e propor diretrizes desse programa é que o Fórum Permanente de Educação Ambiental do Amazonas realiza hoje (12) e amanhã, em Manaus, o encontro “Bases para a política e programa de educação ambiental no Amazonas”.“O Programa Nacional de Educação Ambiental, revisado em 2004, estabelece que os estados devem aprovar seus programas específicos. A maioria dos estados brasileiros já cumpriu essa obrigação, mas o Amazonas não. Como a comissão deveria fazer e não fez, o fórum se achou no dever de reunir os seus membros e fazer a proposta”, explicou à Radiobrás a coordenadora do Núcleo de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Maria Eulinda Fonseca.Ela declarou ainda que a aprovação de um programa estadual de educação ambiental ajudaria a coordenar os esforços humanos e financeiros das várias instituições governamentais e não-governamentais que já estão atuando na área. “Hoje em dia todo mundo faz educação ambiental, mas não sabemos a qualidade desse trabalho. As pessoas ainda confundem gestão ambiental com o processo de educação ambiental. Na gestão você resolve um problema; na educação, você trabalha com a pessoa para que ela tenha um comportamento ecologicamente correto. Não adianta ensinar reciclagem sem conscientizar o educando para a redução do consumo, por exemplo”, argumentou.A diretora da Escola de Educação Ambiental da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Elizabeth Santos, afirmou que a falta do programa estadual impede o Amazonas de concorrer a alguns financiamentos públicos na área. Ela contou ainda que o fórum surgiu em 1998, como fruto de um programa de multiplicação de educadores ambientais desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) desde 1995.Os 30 membros da comissão representam os seguintes setores: quatro pessoas são do governo estadual, quatro do governo federal, quatro de prefeituras, quatro de instituições de ensino e pesquisa, quatro de movimentos sociais, quatro de organizações não governamentais e quatro do setor empresarial. Além disso, participam também o secretário estadual de Meio Ambiente, o secretário estadual de Educação, que se revezam na presidência da comissão. “Estou assumindo hoje a presidência. Deveria ter feito isso desde junho, mas o principal motivo do atraso foram as eleições”, justificou o atual secretário estadual de educação, Gedeão Amorim, acrescentando que acredita que o programa estadual de educação seja aprovado até abril do próximo ano.