Cúpula decide aprofundar vínculo entre Mercosul e países andinos

10/12/2006 - 13h50

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aprofundar os vínculos entre o Mercosul e a Comunidade Andida de Nações (CAN) é uma das metas estipuladas pelos países participantes da 2ª Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, que terminou ontem (9), em Cochabamba, na Bolívia.Esta é uma das determinações da declaração final do evento, que prevê também “plena participação” de Chile, Guiana e Suriname neste processo. Estes são os países sul-americanos que não integram nenhum dos dois blocos. O Chile tem apenas o status de associado ao Mercosul, que tem como membros Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela.O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, participou do evento e disse duvidar que a Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa) possa representar uma convergência entre a Comunidade Andina e o Mercosul, entre outras críticas.A Cúpula decidiu criar uma Comissão de Altos Funcionários, que deve aproximar o Mercosul e a CAN atuando em áreas afins nos campos político e social. A meta é revisar os acordos já assinados pelos dois blocos nestas áreas e avaliar a possibilidade de ampliá-los a todos os países do continente.A comissão terá uma estrutura reduzida e sede no Rio de Janeiro. No que se refere à integração com a sociedade civil, deverá levar em conta a experiência da Cúpula Social pela Integração dos Povos, realizada paralelamente por movimentos sociais.Na extensa lista de objetivos, o primeiro item refere-se à redução das desigualdades, a fim de permitir uma “integração eqüitativa”. A seguir, menciona-se um “novo contrato social sul-americano”, com a definição de metas de desenvolvimento social e mecanismos de avaliação, para permitir uma agenda produtiva com “rosto humano”.Outros objetivos são a integração energética (está em discussão a construção do Gasoduto do Sul) e o desenvolvimento de infra-estrutura, com redes de transporte e telecomunicações que conectem os países (entre elas, uma possível ligação rodoviária e marítima que daria ao Brasil uma saída para o Pacífico).A próxima reunião de chefes de Estado será em Cartagena das Índias, na Colômbia, em 2007. Leia a íntegra do documento.