Médicos residentes doam sangue no "Dia D" da categoria

16/11/2006 - 16h51

Luiza Bandeira
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Dia Nacional da Manifestação pela Medida Provisória, o Dia “D” dos médicos-residentes, foi marcado, no Rio, por uma manifestação em que cerca de 80 representantes da categoria fizeram doações de sangue no HemoRio.  Segundo estimativa da Associação de Médicos Residentes do Estado (Amererj), cerca de 80 médicos residentes compareceram à unidade para doar sangue. No fim da tarde de hoje (16), os residentes realiizam assembléia em frente ao Hospital Souza Aguiar, para discutir os rumos da greve, que teve início no último dia 1º. O vice-presidente da Amererj, Marcelo Mallet, disse que a expectativa é que a categoria vote unanimemente pela continuidade da greve, como vêm acontecendo nas últimas assembléias.De acordo com Mallet, a mobilização deve continuar em todo o país, até que a classe obtenha a principal reivindicação, o reajuste na bolsa-auxílio. “A greve provavelmente vai continuar até que seja efetivado o nosso reajuste, seja por medida provisória, seja por votação do projeto de lei no Congresso Nacional, sob regime de urgência”, disse ele. Em negociação na última sexta-feira (10), a Associação Nacional de Médicos Residentes e o Ministério da Educação chegaram a um acordo de reajuste na bolsa-auxílio dos residentes. “Pleiteamos reajuste de 53,7%, que corresponde à perda inflacionária que tivemos nos últimos quatro anos. O governo fez uma contraproposta de 30%, que nós, a princípio, aceitamos. Aceitamos discutir os outros 23,7% no próximo ano”, disse Mallet. Porém, o projeto de lei não foi enviado ao Congresso Nacional em regime de urgência, como desejavam os residentes, o que fez com que eles decidissem pela continuidade da paralisação.  De acordo com a Amererj, a adesão à greve passa de 85% em todo o país. Segundo Mallet, os médicos residentes são responsáveis pelo atendimento de 70% da população que recorre ao Sistema Único de Saúde (SUS). Mallet disse que o serviço na rede pública de hospitais do Rio de Janeiro está comprometido na parte de cirurgias eletivas (não-emergenciais) e atendimentos ambulatoriais. Ele estima que o movimento nesses hospitais tenha sido reduzido em 50%.