Professora considera força militar sul-americana "pouco realista"

14/11/2006 - 16h18

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A criação de uma força militar única na América do Sul é "muito pouco realista", na opinião da professora do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Maria Helena de Castro Santos. Ela discorda do projeto, que está elaboração pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), órgão que assessora a Presidência da República sobre planos de longo prazo. O projeto deve ficar pronto em 2007, quando será apresentado aos governos dos países vizinhos. “Essa integração pode talvez impedir uma aventura militar ou uma pressão de um país sobre a região ou sobre uma nação sul-americano”, acredita o coordenador-geral do NAE, coronel Oswaldo Oliva Neto.Há entraves sérios para a implementação desse projeto, segundo a professora. Um deles seria uma rivalidade que, segundo ela, existiria entre os governos dos países vizinhos.Segundo a professora da UnB, o que existe é um receio dos militares brasileiros em relação aos Estados Unidos, devido às recentes posturas agressivas da Casa Branca na política externa. “Os avanços e atitudes dos norte-americanos ferem os militares nacionais. A idéia de uma Otan aqui é apenas uma idéia para fazer frente aos Estados Unidos”, resume. “Não embarco nessa. Não vejo nenhuma ameaça a curto, médio e longo prazo”, finaliza.