Países árabes começam a diversificar importações do Brasil

08/11/2006 - 18h24

Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - A maioria dos produtos importados do Brasil pelos paísesárabes ainda é do agronegócio, mas a pauta está sendo ampliada e diversificada,segundo informou hoje (8) à Agência Brasil o presidente da Câmara deComércio Árabe Brasileira, Antônio Sarkis. “Os principais produtos [exportadospara os países árabes] ainda são do agronegócio: açúcar, carne bovina e defrango e soja. Saindo do agronegócio, ainda temos minério de ferro”. Ele disse oBrasil ainda tem potencial para crescer como vendedor para os países árabes.Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Egito é o nosso oitavo maiorcomprador de minério de ferro, a principal mercadoria brasileira exportada esteano. O país importou quase US$ 200 milhões em minério de ferro, 22,27% a maisque no mesmo período do ano passado.Outro produto brasileiro que merece destaque na região é o açúcar de canabruto, o quinto produto mais exportado. Dos dez maiores compradores, seis sãoárabes, que somam quase US$ 900 milhões em compras em 2006, mais de um terço dototal das exportações deste produto. Merece destaque ainda a exportação inédita de aviões, nossosexto produto mais exportado em valor para Arábia Saudita (segundo comprador daregião) e Emirados Árabes Unidos (o nono). Em comunicado à imprensa, o presidente da Agência de Promoção de Exportações eInvestimentos (Apex), Juan Quirós, destaca o potencial do mercado árabe para asempresas do setor de construção, em razão dos países que passam por uma fase dereconstrução de pós-guerra, como Iraque e Líbano. Apesar da demanda, osexportadores brasileiros encontram dificuldades para entregar as mercadorias emzonas em conflito, devido à ação de armadores que cobram “pedágio” ilegal.Segundo a Apex, a Arábia Saudita figura entre os 15 principais importadoresmundiais do setor de rochas para construção civil. Emirados Árabes Unidos,Kuwait, Barein e Catar, são outros exemplos de mercados com demanda crescentede rochas, que supera 1 milhão de toneladas/ano.No final de outubro passado, 30 empresas brasileiras participaram da Big 5(Big Five), a maior feira de construção dos Emirados Árabes, que gerou aoBrasil US$ 19 milhões em negócios. A construção civil nos países do Conselho deCooperação do Golfo cresce em média 11,6% por ano e tem previsão de girar US$3,6 bilhões em 2006, atingindo US$ 5 bilhões até 2009, de acordo com a Apex.