País tem que explorar potencial pesqueiro de regiões oceânicas, avalia pesquisador

28/10/2006 - 17h58

Juliane Sacerdote*
Da Agência Brasil
Brasília - A possibilidade de expansão da atividade pesqueira passa pela exploração das áreas oceânicas, porque ainda são áreas protegidas da influência do homem e com grande potencial econômico. A opinião é do pesquisador Fábio Hazin, que participou do Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Revizee).“Há nos recursos oceânicos a possibilidade de um crescimento importante por parte da indústria pesqueira nacional, mas esse crescimento dependerá de um processo de negociação em fóruns internacionais” destaca, em entrevista à Agência Brasil. A elaboração do Revizee – um levantamento sobre os recursos marinhos da costa brasileira por um período de dez anos – envolveu cerca de 300 pesquisadores, ligados a universidades e entidades de pesquisa, de 1994 a 2004. O estudo detalhou a situação das principais espécies exploradas comercialmente e constatou que cerca de 80% delas estão no limite de sua capacidade de recuperação. “O controle da atividade pesqueira no Brasil é extremamente deficiente e dificultado pela grande extensão da costa”, comenta o pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco.Para que o país atinja o sucesso na pesca oceânica, Hazin sugere a superação de alguns obstáculos, entre eles: a formação de uma frota, treinamento de mão-de-obra, pesquisas com informações biológicas e de ordem tecnológica, que permitam o aprimoramento da capacidade produtiva das embarcações nacionais. “Essas medidas podem colocar o Brasil em pé de igualdade em termos competitivos com as frotas internacionais”, opina.