Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou hoje (24) mais de 50 requerimentos convidando testemunhas para depor nos processos de cassação de diversos parlamentares acusados de envolvimento com a compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento. Foram aprovados convites para que compareçam ao Conselho de Ética os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, donos da Planam, empresa acusada de comadar o esquema, e Ronildo Medeiros, também sócio da Planam, entre outras pessoas que tiveram alguma participação no esquema, além de deputados que respondem a processos no conselho.O presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), informou que o primeiro depoimento será da ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino, previsto para o próximo dia 31, às 14 horas. Segundo Izar, como os 67 deputados investigados pelo conselho respondem a pocessos semelhantes, as testemunhas chave para os depoimentos são as mesmas em todos os processos e deverão ser ouvidas a partir da próxima semana. Izar pediu aos relatores pressa na análise dos  processos e na elaboração dos pareceres para que estes possam ser votados ainda na atual legislatura. "Estou muito preocupado com o tempo. Temos pouco mais de um mês e 20 dias para concluir os processos. Por isso, a partir da proxima semana, vamos ter reuniões diárias para acelerar os processos", disse.De acordo com Izar, os processos contra deputados que foram reeleitos, se não forem concluídos nesta legislatura, prosseguirão na próxima, que começa no dia 1º de fevereiro de 2007. Quanto aos deputados que não foram reeleitos, os processos serão arquivados, já que não cabe ao colegiado julgar processos de ex-parlamentares, disse Izar. Ele informou que os processos dos não reeleitos que não forem concluídos nesta legislatura serão encaminhados ao Ministério Público Federal para investigações.Izar encaminhou ofício ao juiz Jefferson Schneider solicitando a liberação do empresário Luiz Antonio Vedoin, que está preso em Cuiabá, para ser ouvido por integrantes do conselho, na sede da Políca Federal em Brasília, se possível, já na próxima semana. Vedoin não poderá depor no Conselho de Ética, já que existe resolução da Mesa Diretora da Câmara proibindo a tomada de depoimento, nas dependências da Casa, de pessoas que estejam presas . "O deslocamento dos conselheiros para tomar o depoimento em Cuiabá é mais complicado do que a vinda do Vedoin para depor na Poíicia Federal", explicou o deputado.